Sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de janeiro de 2023
O prefeito carioca Eduardo Paes (PSD), tratou com o governador fluminense Claudio Castro (PL) a adoção de uma série de medidas de segurança por autoridades municipais e estaduais para evitar que o Rio de Janeiro seja cenário de atos extremistas como os cometidos em Brasília neste domingo (8). Dentre as ações já definidas está a suspensão de todas as folgas e licenças de integrantes da Guarda Municipal, a partir desta segunda-feira.
“Seremos firmes contra qualquer tentativa de terrorismo no Rio”, escreveu o chefe do Executivo da cidade em postagem no Twitter. Mais cedo, o governador – vinculado ao mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro – afinou o discurso com seu interlocutor, classificando de “inadmissíveis” as cenas de invasão e vandalismo de prédios dos Três Poderes no Distrito Federal.
Em meio à repercussão de notícias na capital federal, nas redes sociais e aplicativos de mensagens circulam rumores de uma suposta movimentação de grupos de bolsonaristas radicais para ocupação de locais como a Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense. Boato ou verdade, as autoridades do Rio tentam se antecipar, em vez de “pagar para ver”.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF), por sua vez, informou que há equipes de prontidão em “pontos sensíveis” do Rio de Janeiro. O trabalho inclui o monitoramento de possíveis manifestações em vias federais do Estado. No foco de atenção estão não apenas a Reduc como a ponte Rio-Niterói.
O deputado federal Tarcísio Motta (Psol) também informou tratativas dele com o Eduardo Paes e Cláudio Castro sobre o tema: “Ouvi do governador que as forças de segurança já estão mobilizadas para coibir qualquer ataque à Reduc e às principais sedes dos Poderes estaduais, assim como o prefeito relatou que segurança nos prédios do Executivo municipal estão com segurança reforçada”.
A Petrobras, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que as refinarias da empresa “estão operando normalmente”. “A Petrobras está tomando todas as medidas preventivas de proteção necessárias, conforme procedimento-padrão”.
São Paulo
Em São Paulo, entidades sociais como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) marcaram para as 18h desta segunda-feira (9) uma manifestação pedindo a punição dos golpistas envolvidos nos tumultos de Brasília. O local escolhido é o vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Atos públicos devem ser realizados também em outras cidades brasileiras.
O coordenador nacional do MTST e deputado federal, Guilherme Boulos (PSOL), disse que as invasões e vandalismo deste domingo reforçam a necessidade de não se conceder anistia a Jair Bolsonaro e “demais gângsteres” por crimes cometidos durante e depois de seu mandato presidencial. “Quem idealizou, financiou ou participou deve ser punido com o rigor da lei”, frisou o parlamentar.
A Reitoria e a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) também convocaram a sociedade para um protesto em defesa da democracia. O evento será realizado ao meio-dia desta segunda-feira no Largo do São Francisco. Em nota divulgada neste domingo, a instituição se manifestou contra os atos terroristas:
“A Faculdade de Direito da USP, em seu inabalável e histórico compromisso com a Constituição Federal e a ordem democrática, repudia veementemente os lamentáveis e criminosos atos praticados por irresponsáveis contra o Estado de Direito e a República brasileira. Os arruaceiros fanáticos mancharam de vergonha a capital federal. Entidades do mundo todo, representantes de governos estrangeiros e instituições democráticas rechaçam a baderna e se solidarizam com o novo governo brasileiro, eleito e empossado legitimamente”.