Quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de janeiro de 2023
O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) pediu nessa segunda-feira (9) informações sobre a atuação da polícia em Brasília antes e durante os ataques terroristas perpetrados por extremistas bolsonaristas às sedes dos Três Poderes.
As informações solicitadas pelo MPDFT referentes à invasão do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto dizem respeito às estratégias adotadas pelas autoridades, à quantidade de policiais em atividade durante os tumultos, sobre o momento da constatação da adoção de atos extremistas e quais medidas preventivas foram adotadas para coibir a ação dos terroristas.
Promotores foram designados para acompanhar o trabalho realizado pelas polícias civil e militar no Departamento de Polícia Especializada, na Direção-Geral da Polícia Civil e na Esplanada dos Ministérios.
Segundo o MPDFT, “esse acompanhamento continuará a cargo do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial e pelas promotorias de Justiça criminais e militares”.
No último domingo (8), ao decretar a intervenção federal na segurança pública do DF, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a dizer que “houve incompetência, má vontade ou má fé” por parte da polícia da capital.
O Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) afirmou que a entidade trabalha “ininterruptamente nas investigações para descobrir os responsáveis pelos crimes ocorridos”.
O Ministério Público criou um canal de comunicação para receber denúncias sobre os incidentes deste domingo em Brasília, através do qual as pessoas podem enviar informações e conteúdo como fotos ou vídeos através do e-mail falecom@mpdft.mp.br.
Ibaneis Rocha
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a abertura de um inquérito para apurar se houve omissão do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) antes e durante a ocorrência dos atos terroristas perpetrados por radicais bolsonaristas em Brasília.
No total, dez subprocuradores-gerais da República pedem a investigação sobre a conduta do governador. Eles dizem haver fortes indícios de omissão por parte de Ibaneis e “inequívoca relevância penal” no caso. O pedido foi encaminhado ao Procurador-Geral da República, Augusto Aras.
Ibaneis foi afastado do cargo pelo prazo inicial de 90 dias por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O magistrado considerou que o governador teria sido conivente com os bolsonaristas radicais e ignorado apelos de autoridades para ampliar a segurança na Praça dos Três Poderes.
Horas após o início dos tumultos deste domingo, Ibaneis divulgou um vídeo pedindo desculpas ao presidente Lula pela violência em Brasília e anunciou a exoneração do secretário de Segurança do DF, o bolsonarista Anderson Torres, em uma tentativa de evitar ser responsabilizado pela inoperância das forças de segurança.