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Política Petistas avaliam que ministros da Defesa e da Justiça saem “chamuscados” após ataques terroristas

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Múcio levará um ministro civil por semana para um entrosamento e abertura de canais com a cúpula militar. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Lideranças petistas com trânsito no Palácio do Planalto avaliam que tanto o ministro da Defesa, José Múcio, como o titular da Justiça, Flávio Dino, saíram chamuscados após os ataques terroristas contra as sedes dos Poderes da República no domingo (8). O entendimento é que o episódio não chegou a colocar em risco o posto dos dois na Esplanada, mas fez com que ambos perdessem pontos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Publicamente, Múcio e Dino também vinham adotando posturas conflitantes em relação aos acampamentos golpistas montados na frente de unidades militares. O ministro da Justiça falava uma ação mais dura para acabar com as mobilizações enquanto o titular da Defesa era a favor do diálogo.

Na semana passada, integrantes da pasta da Justiça chegaram a defender que os acampamentos precisavam acabar até segunda-feira. Caso contrário, Lula teria que tomar uma atitude mais dura. Já na Defesa a posição era que os protestos iriam, aos poucos, minguar.

Na reunião ministerial da última sexta-feira (6), Múcio disse que o número de acampados chegou a 45 mil pessoas em todo Brasil e havia caído para 5 mil. O ministro disse também a Lula e aos colegas que estava conversando com os grupos que ainda resistiam em sair. Esse diagnóstico é apontado pelas lideranças petistas como o grande erro do ministro da Defesa em todo o episódio.

Já Dino teria falhado ao confiar demais na palavra do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, de que a situação estava sob controle e de que a polícia agiria para evitar invasões.

No sábado (7), Dino chegou a assinar um decreto para a utilização da Força Nacional de Segurança para evitar protestos na Esplanada. Porém, a Força não foi acionada para proteger os prédios do Congresso, do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao ser informado sobre os ataques terroristas em Brasília, enquanto visitava regiões atingidas pela chuva em Araraquara, no interior de São Paulo, a primeira pessoa que Lula ligou foi Dino. Por telefone, ele e o ministro da Justiça definiram os termos do decreto de intervenção na Segurança Pública do Distrito Federal.

Em seguida, o presidente conversou com os outros ministros e também com membros do Judiciário e do Legislativo. As informações chegaram ao presidente aos poucos. A decisão de decretar a intervenção foi tomada quando Lula soube que o Planalto e o Supremo também tinham sido atacados.

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