Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 13 de janeiro de 2023
O setor de aviação está preocupado com a composição do Ministério de Portos e Aeroportos, comandado por Márcio França. Um dos nomes cotados para ocupar a Secretaria de Aviação Civil (SAC) é um político sem qualquer experiência no setor: Paulo César Matheus da Silva.
Filiado ao PSB, partido de França, Paulo César é o atual secretário de Educação de Guarulhos. Antes, foi secretário de Habitação do governo de São Paulo, no mandato tampão de França, em 2018. Em 2019 assumiu a Secretaria de Educação da prefeitura de Guarulhos. Ele ficou no cargo até meados de 2021, quando deixou o posto por problemas de saúde.
França é ligado ao setor portuário de Santos, mas tem pouca familiaridade com aviões e aeroportos. O setor defende um quadro técnico e apoia o atual diretor-presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Juliano Noman.
Servidor efetivo da Anac, Juliano ocupou o cargo de secretário de aeroportos da SAC entre 2011 e 2013, e também de Navegação Aérea (2013-2016). É diretor da Anac desde 2016 e ocupa a presidência da agência desde 2020, com mandato até 2025.
Se o nome de Juliano emplacar na SAC, o PT poderá indicar mais um diretor para a agência.
Outro nome técnico que tem sido ventilado é Dario Rais Lopes, que ocupou a chefia da SAC no governo de Michel Temer.
Condução
Caberá ao novo secretário da Aviação conduzir a elaboração do edital de concessão do Santos Dumont e a relicitação do Rio Galeão, uma vez que todos os demais aeroportos que eram administrados pela Infraero já foram concedidos. Na pauta também a política de expansão de aeroportos regionais, pauta que começou a ser desenhada no governo Dilma e depois foi engavetada.
França afirmou que quer fortalecer a Infraero, que antes pertencia ao extinto Ministério da Infraestrutura, que foi “fatiado” e a empresa estatal passa a ser gerida pelo Ministério de Portos e Aeroportos, além do incentivo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que ele adote o “modelo de aviação regional” para a expansão do setor no Brasil.
“Esse é um formato que nós vamos incentivar para que o presidente Lula concorde com isso: que os aeroportos regionais com menor número de passageiros, com aviões menores, podem ser uma grande solução para facilitar a integração nacional. Hoje, nós ficamos vinculados a empresas tentarem lotar os grandes aviões, e naturalmente isso tem um limite. Por isso tem menos voos”, pontua o ministro.