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Política Governador do Distrito Federal afastado do cargo desde o ataque à Brasília tenta construir seu retorno em fevereiro

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Rocha pretende assumir a responsabilidade pela indicação do novo secretário de Segurança Pública. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Afastado do governo do Distrito Federal desde os atos extremistas, Ibaneis Rocha (MDB) traçou uma estratégia para tentar retomar a cadeira em fevereiro. Ele pretende assumir a responsabilidade pela indicação do novo secretário de Segurança Pública, mesmo fora do cargo, apontando alguém afinado com o governo Lula.

O ex-secretário Júlio Danilo, que estava no posto até a chegada de Anderson Torres, é cotado. A atuação dele na posse de Lula foi elogiada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino. A indicação, porém, terá que ser feita em parceria com Celina Leão (PP), a vice-governadora que assumiu interinamente. Os aliados dela afirmam que Celina pode ajudar Ibaneis, com vistas a obter o apoio dele em 2026.

A expectativa, com isso, é que o governo Lula não prolongue a intervenção federal, vigente até o dia 31, dando argumento para a defesa contestar o afastamento do governador pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em fevereiro ele está afastado por 90 dias.

O silêncio de Anderson Torres no que deveria ter sido seu depoimento à Polícia Federal (PF), na última quarta-feira (18), não assustou a defesa de Ibaneis, que vem atribuindo ao ex-secretário a culpa pelos erros na repressão aos manifestantes extremistas. “Ibaneis está absolutamente tranquilo quanto ao Anderson. Se tivesse preocupação, não teria deposto primeiro”, diz o advogado Alberto Toron.

Busca e apreensão

A PF cumpriu, na tarde dessa sexta (20), cinco mandados de busca e apreensão contra Ibaneis Rocha, e contra o ex-secretário executivo da Segurança Pública do DF Fernando de Souza Oliveira. A ação ocorreu a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os dois são investigados no inquérito do Ministério Público Federal que apura a conduta de autoridades de Estado que se omitiram durante a invasão das sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro.

A defesa informou que as buscas serão “a prova definitiva da inocência” do governador afastado. Afirma ainda que a decisão de busca é “inesperada”, e que Ibaneis sempre agiu de “maneira colaborativa” diante da investigação.

Já a defesa do ex-secretário diz que ele já havia entregue o telefone para a PF e que o investigado “confia na Justiça” e que as investigações “apontam para sua inocência”.

O pedido de buscas contra Ibaneis e Fernando Oliveira foi assinado pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da PGR, e foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. A Polícia Federal também participou da operação.

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