Segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de janeiro de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou integrantes da Operação Lava-Jato pela morte do então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luis Carlos Cancellier Olivo, que se matou em 2017. Para Lula, o acadêmico foi alvo da atuação de uma equipe que buscava punir antes de investigar.
Lula foi condenado em 2017 por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP). No ano seguinte, o petista foi preso. Depois de ser libertado diante de novo entendimento em relação à condenação em segunda instância da Justiça, o Supremo Tribunal Federal anulou as condenações impostas a Lula, apontando falhas processuais. Com isso, ele recuperou os direitos políticos e pôde se candidatar novamente à Presidência.
Ontem, o presidente classificou a apuração envolvendo Cancellier como uma “aberração”. “Faz cinco anos e quatro meses de uma aberração que aconteceu neste país: a morte do reitor Luis Carlos Cancellier. Faz cinco anos que esse homem se matou pela pressão de uma polícia ignorante, de um promotor ignorante, de pessoas insensatas que condenaram antes de investigar e julgar”, declarou.
Cancellier foi alvo da Operação Ouvidos Moucos, um desdobramento da Lava-Jato em Santa Catarina. Na época, a delegada Erika Marena era a responsável pela investigação. No dia em que deflagrou a ação que resultou na prisão do reitor, a Polícia Federal (PF) chegou a anunciar que investigava desvios de R$ 80 milhões na instituição.
Repasses
Mais tarde, a própria delegada da PF esclareceu que esse valor se referia apenas ao total de repasses do governo federal a um programa da UFSC no período de 10 anos. Erika Marena tinha sido coordenadora da Operação Lava-Jato, em Curitiba (PR).
Os investigadores acusavam o reitor de tentar interferir nas investigações, alegação que não foi comprovada. Cancellier foi afastado do cargo na época e declarou numa entrevista após ser libertado: “Esse afastamento é um exílio”.
Ele foi encontrado morto no dia 2 de outubro de 2017 num shopping na capital de Santa Catarina. No bolso levava um bilhete. “Eu decretei a minha morte no dia da minha prisão pela Polícia Federal”, escreveu no papel, segundo informou a polícia.