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Por Redação O Sul | 27 de janeiro de 2023
Pesquisadores da Universidade de Nottingham afirmaram nesta quarta-feira terem descoberto uma nova pintura do artista renascentista Rafael. Segundo eles, uma inteligência artificial de reconhecimento facial identificou um quadro, que até então era tido como de autoria anônima, como sendo do mestre florentino.
O quadro em questão, conhecido como Brécy Tondo, retrata a Nossa Senhora com o menino Jesus nos braços. A inteligência artificial comparou os rostos na pintura como os de uma outra semelhante que se sabe ter sido feita por Rafael, a Madona Sistina.
A comparação entre os rostos femininos na pintura trouxeram um resultado de 97% de semelhança. Os rostos das crianças, por sua vez, de 86%. Segundo os pesquisadores, qualquer porcentagem acima de 75% já é considerado idêntica. A tecnologia foi desenvolvida pelo professor Hassan Ugail, da Universidade de Bradford, que também participou do estudo.
“Observar os rostos com o olho humano mostra uma semelhança óbvia, mas o computador pode ver muito mais profundamente do que nós, em milhares de dimensões, em nível de pixel”, disse Ugail a emissora britânica BBC.
A pesquisa foi baseada em estudos anteriores que já apontavam para a semelhança entre as duas pinturas, datadas do século XVI.
“Com base na alta avaliação desta análise, juntamente com pesquisas anteriores, meus colegas co-autores e eu concluímos que modelos idênticos foram usados para ambas as pinturas e são, sem dúvida, do mesmo artista”, afirmou Ugail.
Madonnas
Com base nas semelhanças entre os rostos da Madonna na tela sem autoria, conhecida como “de Brécy Tondo”, e na “Madonna Sistina” de Rafael, os pesquisadores determinaram a autoria da obra como sendo de Rafael.
Para isso, os estudiosos compararam os dois trabalhos usando um sistema de reconhecimento facial de inteligência artificial que o professor de computação visual da Universidade de Bradford Hassan Ugail começou a desenvolver em 2002.
Christopher Brooke, pesquisador honorário da Universidade de Nottingham e coautor de um trabalho de pesquisa sobre a descoberta, disse que “outra confirmação vem da análise dos pigmentos empregados no Tondo, que demonstraram que as características da pintura são consideradas típicas da prática renascentista”.
Nos próximos dias será publicado um artigo acadêmico com mais detalhes da análise.