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Brasil Criado para divulgar dados sobre covid, consórcio de veículos de imprensa chega ao fim

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Vacina SpiN-Tec foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). (Foto: Reprodução)

Após 965 dias ininterruptos de trabalho, o consórcio de veículos de imprensa encerrou sua missão de garantir a transparência sobre o impacto do coronavírus e da vacinação. O consórcio foi criado em junho de 2020 quando o governo de Jair Bolsonaro (PL) tentou omitir dados da população e atrasar os boletins sobre a doença.

O fim do consórcio não significa que a pandemia de covid acabou. A divulgação dos casos e mortes continuará a ser feita por cada órgão de imprensa. Contudo, não há mais necessidade de apuração diária dos dados em conjunto pelos veículos que participaram do projeto.

Nos últimos meses, os dados dos governos estaduais e federal têm se mostrado confiáveis. E apontam para uma situação que os epidemiologistas consideram sob controle, ainda que exija atenção para o aumento dos níveis de vacinação e outras medidas de prevenção.

Jornalistas dos veículos do consórcio trabalharam todos os dias de forma colaborativa para coletar nas secretarias estaduais de Saúde os números de contaminados e mortos por covid, além da quantidade de vacinados. Os dados, consolidados sempre às 20h, foram divulgados diariamente pelos veículos participantes e alimentaram milhares de conteúdos jornalísticos em texto e vídeo.

Desinformação

O consórcio surgiu como resposta da imprensa primeiramente diante do atraso na publicação dos dados: ela era feita pelo Ministério da Saúde todos os dias às 17h (na gestão do então ministro Luiz Henrique Mandetta) ou às 19h (sob a gestão de Nelson Teich). Em 3 de junho de 2020, quando foi registrado recorde à época de 1.349 mortos em 24 horas, o então ministro Eduardo Pazuello só divulgou os dados às 21h45. No dia seguinte, com um novo recorde de 1.471 óbitos, o boletim só foi publicado às 22h na página do ministério na internet.

Além do atraso, houve outras iniciativas contra a transparência. O boletim oficial passou a dar destaque aos casos e aos óbitos registrados no dia, mas sem o total acumulado de mortos e infectados. Casos registrados como de “recuperados”, mesmo sem haver à época o conhecimento de cura da doença, também passaram a receber mais destaque.

Bolsonaro chegou a dizer que não apresentar o número de mortos pela covid era “bom para o Brasil” e confirmou que houve a intenção de atrasar os dados, ao afirmar que “acabou matéria no Jornal Nacional”.

O então presidente chegou a afirmar que “não interessa de quem partiu [a ordem para modificar o horário], é justo sair às 22h, é o dado completamente consolidado. Muito pelo contrário, não tem que correr para atender a Globo”.

A posição do governo federal foi duramente criticada por especialistas e por veículos internacionais. A divulgação correta dos números é importante para o planejamento de políticas públicas e a própria segurança sanitária da população.

Quando o consórcio de veículos de imprensa foi formado e passou a divulgar os dados obtidos diretamente com os 26 estados e o Distrito Federal, o governo federal recuou e voltou a publicar os números da pandemia com regularidade e em horário compatível com o trabalho jornalístico. Ainda assim, o consórcio seguiu trabalhando, diante do risco de um novo apagão de dados.

Vacinação

Com o acompanhamento diário da crise, foram registrados marcos da pandemia, como quando o número de mortos chegou a 200 mil no país, em 7 de janeiro de 2021, durante o drama causado pela falta de oxigênio em Manaus. Pouco mais de cem dias depois, em abril de 2021, a marca de 400 mil mortos foi atingida. Foi possível detectar as três grandes ondas de mortes, na metade de 2020 e nos inícios de 2021 e de 2022. Atualmente, a média móvel de óbitos por dia está em torno de 80. É o dobro do registrado no início de novembro, mas nada comparável ao que aconteceu há dois anos, quando chegou a haver mais de 3.000 mortes por dia.

Além dos casos e óbitos, o consórcio passou a divulgar, em 21 de janeiro de 2021, a cobertura vacinal da população com uma ou duas doses. E, a partir de setembro de 2021, as doses de reforço foram incluídas. Mais recentemente, passou a ser feito o acompanhamento da cobertura vacinal das crianças de 3 a 11 anos, que tiveram o início da imunização atrasado no país.

Por promover a transparência em um período de alto risco para a saúde pública, o consórcio recebeu reconhecimento de entidades, como o Prêmio Associação Nacional de Jornais (ANJ) de liberdade de imprensa e o Mídia do Ano, da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje).

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