Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de fevereiro de 2023
O podcast de Educação Financeira desta semana conta histórias de mulheres que tiveram azar no amor e no bolso e levaram calotes de ex-namorados e ficantes. Confira uma dessas histórias.
Andréa
Andréa tem 31 anos e é professora. Ela mora e trabalha em São Sebastião, no litoral de São Paulo. Agora, já está bem e amando de novo, mas nos conta do prejuízo que levou ano passado com o ex-namorado:
“Eu conheci um cara no Tinder. Ele contou uma triste história de como ele era um pai solteiro, que a mãe da criança abandonou ele o filho, e ela era louca e bipolar. E ela estava vivendo uma vida ótima ali, ganhando um grande salário, e ele pedindo uma pensão mínima para ela.
O trabalho dele era home office, ele tinha um site de anúncio de emprego e dizia que ganhava mil dólares do Google. Fomos nos conhecendo, nos demos bem.
E ele me contou que ele tinha um carro, o carro estava quebrado e ele precisava de R$ 5 mil pra trocar o motor. Eu falei ‘bom, R$ 5 mil eu tenho, vou emprestar’. Aí fui em várias mecânicas com ele, funileiro, no mecânico elétrico. No final, não precisou trocar o motor, mas ele arrumou diversas coisas: teto solar, som do carro, trocou os pneus. Tudo assim, indo na maciota, empurrando.
E eu estava muito envolvida nessa relação, já conhecia o filho dele, uma criança encantadora de sete aninhos. E ofereci psicólogo para o filho dele. No final, ele fez a consulta e depois falou que a terapia ia ser para ele não para o filho porque o filho estava bem.
Assim, as pessoas à minha volta perceberam que a situação estava estranha, mas eu estava cega.
E chegou um dia em que eu fiz uma social na minha casa e vieram uns amigos meus. Ele ia embora com o meu carro porque o dele ainda não estava pronto e ele ia levar o filho embora. E aí depois uma amiga minha foi embora também, para ir a uma festa rave.
Quando foi 1h da manhã, ela me mandou uma mensagem falando que o meu boy estava lá nessa festa com uma outra garota.
Então, eu tentei fazer um contrato de confissão de dívida para me resguardar porque já tinha investido um grande dinheiro nele, já tinha investido nesse site dele aí. E ele não quis assinar, ficou muito bravo. Falou várias coisas, que era um contrato risível. E ele terminou comigo.
E eu fazendo a francesa, não queria falar ‘eu sei que você me traiu’, mas aí ele entrou no loop de me esculachar no WhatsApp, não parava mais. Então eu mandei pra ele o vídeo e a foto que minha amiga achou dele com a outra garota.
Aí ele enlouqueceu, depois entrou no loop de pedir desculpa e eu só ignorei, parei de falar. Depois disso, eu fiz um BO por estelionato emocional. Provavelmente não vai dar em nada, essa história já faz um pouco mais de um ano.”
Dicas dos especialistas
Com base na história da Andréa, confira as perguntas para os entrevistados:
– Pode emprestar dinheiro pra ficante ou namorado? Gil não recomenda. “Primeiramente, não se empresta dinheiro. Acho que o básico de qualquer pessoa que quer ter uma saúde financeira é guardar dinheiro, ter uma reserva de emergência para utilizar.
Em que momento você coloca a sua renda em risco? Isso fica para todo mundo: em uma emergência ou quando você tem um desejo, por exemplo, precisa fazer uma viagem para uma entrevista de emprego em outro estado e não tem dinheiro para comprar uma passagem aérea. Mas qualquer outra situação, não.
Então tanto pra namorado, quanto marido, quanto família, não se empresta dinheiro. Se você tem uma reserva de emergência, alguém te pede um empréstimo e você consegue utilizar até 20% da reserva, você pode. Então se eu tenho uma reserva de R$ 1 mil, o máximo que eu posso emprestar é R$ 200.
– Como conciliar duas rendas muito diferentes? Gil explica: “Ninguém tem que pagar janta para ninguém, tem que dividir. A gente tá na época da divisão. Relacionamento é luxo.
Então assim, tem que entender o seguinte: para manter um relacionamento, os dois precisam estar dispostos a fazer sacrifícios. Se uma pessoa ganha menos que a outra, elas podem ir para compromissos que seus salários conseguem pagar.
– Vale a pena gastar um pouco mais pra ver o contatinho? Thiago dá a letra: “Ela comprou um risco, né? Acho que vale olhar sempre pra esse possível risco e ver ‘bom, será que esse Airbnb está dentro do meu orçamento?’ Eu gosto muito de falar sobre metas e objetivos porque acaba que, quando a gente realmente identifica que são importantes e que são prioridade, a gente consegue se programar para cumprir esses objetivos e usar o nosso dinheiro depois com o que aparece.