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Variedades “O futuro é discutir a legalização das drogas no Brasil também”, diz Bruno Gagliasso

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Ator vive um traficante "longe do estereótipo do bandido da favela" na segunda temporada da série "Operação Maré Negra". (Foto: Divulgação)

Em “Operação Maré Negra”, Bruno Gagliasso vive João, uma participação especial, porém crucial, na adaptação da história dos três sujeitos que saíram da Amazônia colombiana com 3.600 quilos de cocaína e chegaram à costa atlântica espanhola após atravessarem nove mil quilômetros em um submarino. João é o “escroto”, “que não anda armado mas manda matar com sadismo e sem culpa”. Um capo de olhos azuis, “longe do estereótipo do bandido da favela, sem camisa, negro”.

A segunda temporada da série, com seus cinco episódios disponíveis no Amazon Prime Video, traz o chileno Jorge Lopez (o Valerio, de “Elite”) no lugar do espanhol Alex González como o protagonista Nando. Dois anos depois, o boxeador amador está preso na Europa, assim como o habilidoso Walter, vivido por Leandro Firmino (o Zé Pequeno de “Cidade de Deus”), outro tripulante do navio. Já o João de Gagliasso segue livre na Amazônia.

1) Fazer a série te fez refletir sobre a discussão em torno da legalização das drogas?

Claro, como forma de deter o tráfico. Faz parte do meu trabalho levantar bolas, discutir ideias, para que todos reflitam. O tráfico é o pior dos pesadelos e ele só existe por ser proibido. A série trata de um assunto real e urgente. Se você ler o roteiro sem saber que é inspirado em um fato, acharia que era fantasia. Mas há quatro anos esses caras atravessaram o Atlântico com o submarino que construíram e foram presos. Foi outro dia isso! Em vários países, a discussão das drogas está avançada. O futuro, o caminho natural, é discutir a legalização no Brasil também.

2) Você já definiu o João como um escroto. Não é mais difícil viver um sujeito assim?

Acho lindo meus amigos que vão pra casa e deixam o personagem no set. Não consigo, levo eles comigo. Por isso foi, sim, especialmente difícil fazer “Marighella” (em que vive um torturador) e o João. Mas esta dificuldade, por outro lado, me dá prazer. Eu gosto dela.

3) Como assim?

João começa a segunda temporada de forma sádica, observando a morte de uma mulher em um ato de vingança. E foi uma das cenas que mais senti prazer em fazer. Parece estranho? Ora, todos temos emoções negativas. Não adianta ir contra. Temos ódio dentro da gente, e alegria, raiva, culpa, amor, perversidade, ganância. Uso minhas emoções nos personagens, eles são um pouco eu. Sempre faço figuras polêmicas, é melhor assim. E o João também foi catártico, joguei tudo pra fora com ele.

4) Ele passa longe do estereótipo do traficante brasileiro retratado em produções internacionais…

Sim, sempre o cara da favela, sem camisa, negro. Ué, mas e os vilões que mandam neles? Cadê? O João nem toca numa arma, mas tem caneta, tem poder, manda matar. Pensei, ao construí-lo, naqueles helicópteros pegos com toneladas de cocaína.

5) A Babel de nacionalidades da série ajuda ou atrapalha?

O elenco vem de Espanha, Portugal, Brasil e Chile. Tem legenda sempre, mas muita gente nem lê. Quando se atua com verdade, a palavra é o que menos importa. A verdade está nos gestos, nos olhares. Depois de trabalhar na Espanha, começo a falar português, mudo pro espanhol. Quando vi, voltei e tal, nessa Babel de línguas deliciosa de que você fala. E, claro, abriu-se um outro mercado. Todos ganhamos.

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