Sábado, 16 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 12 de fevereiro de 2023
Utilizado para o tratamento de casos de diabete tipo 2 não controlada, o medicamento Ozempic, nome comercial do remédio que tem como princípio ativo a semaglutida, pode faltar nas farmácias brasileiras no primeiro trimestre deste ano, em razão da alta demanda. Embora não tenha aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nem recomendação em bula para obesidade, o fármaco também é usado por pessoas que tentam emagrecer.
Segundo a Novo Nordisk, fabricante do remédio, o desabastecimento é resultado de uma procura muito maior do que a prevista. “A empresa tomou conhecimento de uma potencial falta da apresentação 1mg de Ozempic FlexTouch no Brasil durante o primeiro trimestre de 2023, resultado de uma demanda muito maior do que a prevista. Cabe ressaltar que não há problemas de qualidade ou regulatórios com o medicamento”, disse, em nota.
Em caso de falta do remédio, é importante que o paciente entre em contato com seu médico para receber informações sobre a possibilidade de substituí-lo temporariamente por outros medicamentos da mesma classe.
“Durante esse período, os pacientes com diabete tipo 2 afetados têm a opção de mudar o tratamento para outros medicamentos da mesma classe (análogos de GLP-1). Para isso, eles devem consultar o seu médico e seguir estritamente as suas orientações”, afirmou a Novo Nordisk.
Segundo a fabricante, o reabastecimento de distribuidores, atacadistas e farmácias no País deve ser normalizado durante o segundo trimestre de 2023, com o aumento da capacidade de produção anual da empresa.
“A Novo Nordisk está investindo intensa e continuamente para resolver a situação e aumentar significativamente a produção anual de Ozempic. Entendemos e lamentamos a preocupação e possíveis transtornos que essa indisponibilidade temporária poderá causar em pacientes com diabetes 2, seus familiares e cuidadores”, afirmou.
Segundo a fabricante, a Anvisa já foi notificada sobre as restrições de fornecimento do produto conforme estabelecido nas legislações vigentes. Procurada, a agência federal não se pronunciou.
Ozempic
O Ozempic (semaglutida) é usado, em conjunto com dieta e exercícios, para tratar pacientes adultos com diabete tipo 2 não satisfatoriamente controlada (quando o nível de açúcar no sangue permanece muito alto), de acordo com a Novo Nordisk.
“É importante ressaltar que a companhia não endossa ou apoia a promoção de informações de caráter off label, ou seja, em desacordo com a bula de seus produtos. O Ozempic, aprovado e comercializado no Brasil para diabetes tipo 2 e cujo princípio ativo é o mesmo do Wegovy (semaglutida), não possui indicação aprovada pelas agências regulatórias nacionais e internacionais para obesidade”, afirma a fabricante.
Saxenda
Atualmente, o único medicamento da Novo Nordisk comercializado no Brasil para o tratamento da obesidade é Saxenda (liraglutida), lançado no País em 2016.
Em 2020, a medicação foi aprovada para prescrição também em adolescentes de 12 a 18 anos, tornando-se o único tratamento para obesidade aprovado para faixa etária no País.
“Cabe ressaltar que no fim do ano passado, a Novo Nordisk submeteu o Saxenda (liraglutida), para análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). A análise está em andamento.
Wegovy
O Wegovy (semaglutida) foi aprovado para o tratamento da obesidade pela Anvisa, em 2 de janeiro, com base nos estudos de segurança e eficácia do programa Semaglutide Treatment Effect in People with Obesity (Efeito do tratamento com semaglutida em pessoas com obesidade, em tradução livre). Tem previsão de chegada ao mercado brasileiro no segundo semestre deste ano.
“O medicamento é indicado como coadjuvante à redução de calorias e aumento da atividade física em adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) inicial maior ou igual a 30 kg/m2 (obesidade) ou maior ou igual a 27 kg/m2 (excesso de peso) na presença de pelo menos uma comorbidade relacionada com o peso”, disse a fabricante.
De acordo com a empresa, todos os medicamentos necessitam de prescrição médica. Não há retenção de receita.