Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 3 de março de 2023
"Em um momento de lapso mental, proferi palavras que não representam o que penso e sinto pelo povo da Bahia", disse Sandro Fantinel em vídeo publicado nas redes sociais
Foto: Reprodução/ Câmara dos Vereadores de Caxias do SulO vereador de Caxias do Sul Sandro Fantinel (Patriota), autor de declarações contra baianos, afirmou estar arrependido dos comentários feitos durante sessão da Câmara Municipal na última terça-feira (28).
“Em um momento de lapso mental, proferi palavras que não representam o que eu penso e sinto pelo povo da Bahia e do Norte e Nordeste”, disse Fantinel em vídeo publicado nas redes sociais na quinta-feira (02).
“A minha esposa chora noite e dia, recebendo mensagens ofendendo ela com todos os piores nomes que vocês podem imaginar. Ele está até pensando em me deixar”, acrescentou.
Durante o discurso na Câmara Municipal de Caxias do Sul, o vereador deu um “conselho” a produtores de vinícolas da região: não contratar trabalhadores da Bahia, mas sim da Argentina.
“Agricultores, produtores, empresas agrícolas que estão neste momento me acompanhando, eu vou dar um conselho para vocês: não contratem mais aquela gente lá de cima. Conversem comigo, vamos criar uma linha e vamos contratar os argentinos, porque todos os agricultores que têm argentinos trabalhando hoje só batem palmas”, afirmou.
“[Os argentinos] São limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantêm a casa limpa e, no dia de ir embora, ainda agradecem o patrão pelo serviço prestado e pelo dinheiro recebido.”
Em sua fala, o vereador criticou a ação de resgate de trabalhadores nordestinos em situação de escravidão em vinícolas gaúchas.
E prosseguiu: “Em nenhum lugar do estado, na agricultura, teve um problema com um argentino ou com um grupo de argentinos. Agora, com os baianos, que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor, era normal que se fosse ter esse tipo de problema”.
No último dia 22, a Polícia Federal, em ação conjunta com o Ministério do Trabalho e Emprego, identificou cerca de 180 trabalhadores submetidos à situação análoga à de escravo, mantidos em um alojamento, no município de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha.
Ainda de acordo com a PF, os trabalhadores eram recrutados de outros estados por uma empresa prestadora de serviços de apoio administrativo. Eles estavam sem receber salários e tinham sua liberdade de locomoção restringida.
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