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Colunistas A síndrome da mulher poderosa

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Mulheres empoderadas são tudo o que quiserem ser. (Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Nasci em 1966, filha de mãe solo aos 18 anos e em uma família muito humilde. Para ascender socialmente e sustentar meus desejos eu tinha dois caminhos: encontrar “um bom partido” ou estudar e trabalhar.

Eu optei por estudar, estudar, estudar, trabalhar, trabalhar, trabalhar e conquistei uma posição de prestígio profissionalmente, e, por meio do meu trabalho, alcancei muitos dos meus objetivos de vida.

Posso dizer que fui uma legítima mulher empoderada, como tantas que hoje são presidentes de países e empresas, pilotam aviões, foram à Lua, são médicas, juízas de Direito, engenheiras, ou seja, elas são tudo o que quiseram ser.

Mas a que preço? Dedicação full time. As mulheres são donas de mais anos de estudo e títulos para ocuparem as mesmas posições dos homens e, muitas vezes, ganhando menos.

Predominância de características masculinas como a agressividade e competitividade, em detrimento de características eminentemente femininas, como a intuição, a amorosidade, o acolhimento.

Seguramos as lágrimas e escondemos a TPM como se fosse uma doença contagiosa, para não nos acusarem de sermos ‘mulherzinhas’.

Vestimo-nos de forma a não chamar a atenção para as nossas formas arredondadas, cabelo preso, para que nossa sexualidade não seja usada contra nós.

E as relações pessoais? Muitos homens não acham uma mulher inteligente e independente exatamente sexy, e assim, as mulheres poderosas nem sempre conseguem ter um relacionamento sério.

Outros homens, em uma espécie de vingança por ficar à sombra de suas mulheres, abandonam o papel de provedor, de pai, de parceiro e companheiro, fazendo apenas o papel de enfeite.

Os filhos, percebendo que a mãe resolve tudo e morre de culpa por estar sempre ocupada, deitam e rolam.

A mulher poderosa cuida sozinha de seus pais, não importa quantos irmãos tenha. É sempre ela que deve resolver toda e qualquer questão familiar. Enfim, a mulher com esta síndrome está exausta, física e emocionalmente esgotada, insatisfeita e infeliz.

E o que fazer? A palavra é: equilíbrio.

Resgatar seu feminino. Colocar suas emoções na mesa, ouvir sua intuição, vestir-se como a mulher que você é.

Todos sabem que você é capaz, que tal desfrutar disso? Negociar horários flexíveis, um assistente, mudar de emprego e até partir para uma carreira independente.

Acertar as coisas em casa. Marido cooperando nas despesas da casa, nos encargos domésticos, exercendo efetivamente o papel de pai. Filhos cooperando na medida do possível, quarto arrumado, roupa suja na lavanderia, tênis limpos, acordar sozinho para a escola.

Sentar-se com os demais parentes e dividir a responsabilidade sobre os pais. Visitas, limpeza da casa, acompanhamento em consultas médicas.

Cuidar da saúde física e mental. Relaxar. Divertir-se. Somos poderosas? Sim, Bem. Mas antes somos mulheres e agora queremos ser felizes também!

Eliane Bodart – ex-juíza de Direito e autora de seis livros

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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