Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 6 de março de 2023
A cirurgia bariátrica é um procedimento indicado para tratar casos de obesidade grave. Ela ficou conhecida como “redução do estômago” porque muda a forma original do órgão e reduz sua capacidade de receber alimentos, dificultando a absorção de um número exagerado de calorias.
A obesidade é o excesso de gordura no corpo, em quantidade que provoque prejuízos à saúde. É uma enfermidade com variadas causas, dentre elas:
– ingestão excessiva de alimentos;
– falta de atividade física;
– tendência genética;
– problemas hormonais.
A cirurgia bariátrica é recomendada para indivíduos obesos com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40, por exemplo, uma pessoa de 1,70 metro e 116 quilos ou pessoas que tenham IMC acima de 35, por exemplo, uma pessoa de 1,70 metro e 102 quilos que tenha doenças associadas, como diabetes, colesterol alto, hipertensão, hérnia de disco, esteatose hepática (gordura no fígado), entre outras.
Veja abaixo a nota do Ministério da Saúde sobre o tratamento pelo SUS (Sistema Único de Saúde): “O SUS oferece tratamento não medicamentoso como orientação aos usuários e seus familiares quanto a prática de atividade física e dieta, apoio profissional, cirurgia bariátrica e acompanhamento pela Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas. Ressalta-se que a cirurgia é apenas parte do tratamento integral da obesidade, que é prioritariamente baseado na promoção da saúde e no cuidado clínico longitudinal. Os critérios para indicação são: indivíduos que apresentem IMC maior que 50 Kg/m²; indivíduos que apresentem IMC maior que 40 Kg/m², com ou sem comorbidades, sem sucesso no tratamento clínico longitudinal realizado na Atenção Básica e/ou na Atenção Ambulatorial Especializada, por no mínimo dois anos e que tenham seguido protocolos clínicos; indivíduos com IMC maior que 35 kg/m² e com comorbidades, tais como pessoas com alto risco cardiovascular, diabetes mellitus e/ou hipertensão arterial sistêmica de difícil controle, apneia do sono, doenças articulares degenerativas, sem sucesso no tratamento clínico longitudinal realizado por no mínimo dois anos e que tenham seguido protocolos clínicos.”
Risco de câncer
A perda de peso proporcionada pela cirurgia bariátrica reduziu em 32% o risco de surgimento de câncer em pessoas com obesidade. A conclusão é de um estudo publicado no ano passado na revista científica JAMA, apresentado no encontro anual da Sociedade Americana de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. O trabalho, que analisou dados de mais de 30 mil participantes durante dez anos, constatou ainda que a probabilidade de uma morte relacionada ao diagnóstico diminuiu 48% para o grupo que passou pela operação.
“De acordo com a Sociedade Americana de Câncer, a obesidade perde apenas para o tabaco como uma causa evitável de câncer nos Estados Unidos. Esse estudo fornece a melhor evidência possível sobre o valor da perda de peso intencional para reduzir o risco de câncer e mortalidade”, disse o autor sênior do estudo, Steven Nissen, em comunicado.
Conduzido por pesquisadores da Cleveland Clinic e das Universidades dos Estados de Ohio e Louisiana, nos Estados Unidos, o trabalho envolveu o acompanhamento de 30.318 participantes, de em média 46 anos, dos quais 5.053 passaram por uma cirurgia bariátrica.
Os pacientes que tiveram a operação perderam em média 27,5 kg, enquanto a redução foi de cerca de 2,7 kg no grupo de controle – uma diferença de 19,2% na variação do peso. Antes do período, o índice de massa corporal (IMC) dos participantes era de aproximadamente 45, o que, para uma altura de 1,75 m, quer dizer cerca de 140 kg.
Após os 10 anos, 2,9% dos pacientes do primeiro grupo e 4,9% do segundo desenvolveram algum tipo de câncer ligado à obesidade. Em comparação, foi uma incidência 32% menor naqueles que foram operados, explicam os pesquisadores. Quando analisados individualmente, o câncer com maior redução foi o do endométrio, com um risco 53% menor para as mulheres que passaram pela cirurgia bariátrica.
“Sabíamos que a cirurgia reduziria o risco de câncer com base em estudos anteriores, mas o que nos surpreendeu foi a extensão dessa redução em certos tipos. Os benefícios por meio da cirurgia para perda de peso não podem ser ignorados e devem ser considerados para pacientes com obesidade e alto risco de câncer”, defendeu o coautor do estudo Jared Miller, cirurgião geral e bariátrico do Sistema de Saúde Gundersen Lutheran, em comunicado. As informações são do portal de notícias G1 e do jornal O Globo.