Por Redação O Sul | 18 de novembro de 2015
O alto escalão do prefeito Eduardo Paes tem mais um caso de assessor acusado de agressões e ameaças a mulheres. Conselheiro da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Porto e assessor-chefe do gabinete do prefeito, Bernardo Lahmeyer Fellows, 34 anos, é alvo de duas investigações, reveladas no site da revista Veja.
Denúncias.
Fellows, que já ocupou várias funções no município nos últimos seis anos, ingressou na prefeitura em 1º de junho de 2009, nomeado pelo então secretário da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho, hoje secretário-executivo de Coordenação de Governo e pré-candidato do PMDB à sucessão de Paes. Pedro Paulo também é acusado de agredir duas vezes a ex-mulher, Alexandra Marcondes, em 2008 e em 2010. Apesar das denúncias, Paes mantém a indicação do secretário para ocupar seu lugar.
A primeira a acusar Fellows foi a dentista Viviane Cristine Lahmeyer Fellows, sua ex-mulher. Segundo a revista Veja, ela procurou a Deam (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher) em abril de 2014 para denunciar agressões físicas. Viviane já manifestou que não comentará o episódio. Apesar de a denúncia ter sido feita há mais de um ano, o assessor de Paes, aponta a reportagem, só foi convocado para prestar depoimento no último dia 5.
A segunda a acusar o assessor-chefe do gabinete do prefeito foi Patrícia Proença dos Santos, assessora parlamentar do vereador Marcelo Arar (PT). Ela teria mantido, nos últimos três anos, um relacionamento amoroso com o servidor e o denunciou à Deam no fim do mês passado, relatando ameaças de ataque físico e até de morte. Patrícia contou em depoimento que, durante uma discussão, ele teria dito: “Ainda bem que você voltou para mim, pois os meus planos eram [sic] te matar e me matar”.
Medida protetiva.
Nesse caso, o Ministério Público denunciou Fellows com base na Lei Maria da Penha. Por decisão da Justiça, desde o dia 1º deste mês, o assessor tem de manter uma distância mínima de 200 metros de Patrícia. A restrição tem validade por 90 dias. Em nota, a Polícia Civil informou que já encaminhou o caso envolvendo Viviane à Justiça e que as denúncias de Patrícia ainda estão sob investigação. Paes afirmou que não se manifestará sobre o assunto. E as duas denunciantes não foram localizadas. Em nota, o advogado do acusado, Luiz Fernando Gevaerd, assinalou que se trata de um caso de “natureza privada”. (AG)
