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Cultura Universidade de Cambridge, no Reino Unido, vai devolver quadro roubado por nazistas em Paris

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A obra é o quadro "La Ronde Enfantine", de Courbet (1819-1877) pintada em torno de 1862.

Foto: Divulgação
A obra é o quadro "La Ronde Enfantine", de Courbet (1819-1877) pintada em torno de 1862. (Foto: Divulgação)

Um museu da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, vai devolver um quadro do pintor francês Gustave Courbet roubado em 1941 pelos nazistas, em Paris. A tela pertencia a um judeu membro da Resistência.

A devolução vai ocorrer após uma reclamação dos descendentes de Robert Bing, que era o proprietário do quadro “La Ronde Enfantine”, obra de Courbet (1819-1877) pintada em torno de 1862, que representa um grupo de crianças brincando em um bosque.

O Spoliation Advisory Panel, organismo criado em 2000 pelo governo britânico, concluiu nesta terça-feira (28) que “o quadro foi roubado pelas forças de ocupação nazistas porque Robert Bing era judeu”. Pouco depois, o Fitzwilliam Museum de Cambridge anunciou que a obra vai ser entregue a seus descendentes.

“O museu cuidou da peça, que agora pode ser devolvida aos descendentes dos proprietários originais”, escreveu a instituição em seu site.

Segundo o comunicado publicado pelo Panel, em 5 de maio de 1941, dois membros da Einzatzstab Reichsleiter Rosenberg, força nazista encarregada do roubo de obras de arte, confiscaram no apartamento de Bing, em Paris, o quadro que havia sido comprado por sua avó materna.

O comunicado ainda informa que a obra de arte foi armazenada na capital francesa “sob a posse do principal colecionador nazista, Hermann Goering”, fundador da Gestapo. Segundo o Fitzwilliam Museum, a tela foi encontrada pelos soldados aliados no final da guerra em um dos túneis secretos da Baviera. O reverendo Eric Milner-White comprou a obra em 1951 e a doou ao museu.

Nova York

Desde o ano passado, os museus de Nova York são obrigados a divulgar quais obras de arte foram roubadas na Europa durante a era nazista, graças à nova legislação assinada em agosto daquele ano pela governadora Kathy Hochul.

A lei faz parte de um pacote de legislação destinado a honrar e apoiar os sobreviventes do Holocausto, de acordo com um comunicado de imprensa do Departamento de Serviços Financeiros de Nova York.

Os nazistas roubaram e confiscaram centenas de milhares de obras de arte durante a Segunda Guerra Mundial, principalmente de comunidades judaicas. A nova lei exige que os museus “coloquem um cartaz ou outra sinalização de forma proeminente” nos trabalhos artísticos.

“Mais de 600 mil pinturas foram roubadas do povo judeu durante a Segunda Guerra Mundial, enriquecendo o regime nazista e eliminando a cultura judaica”, explicou Jack Kliger, CEO do Museu da Herança Judaica em Nova York.

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