Terça-feira, 08 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 2 de abril de 2023
Voluntária da Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Segunda Guerra Mundial (1938-1945), a carioca Virgínia Maria de Niemeyer Portocarrero morreu no Rio de Janeiro aos 105 anos, de causas naturais. Ela era a última remanescente das 67 enfermeiras que serviram com as tropas brasileiras na Itália durante o conflito.
Virgínia participou do curso de atendimentos de emergência do Exército no período de janeiro a abril de 1944, motivada por um anúncio de jornal. Em seguida, foi convocada a prestar serviços no front europeu, onde permaneceu no período de junho daquele ano a julho de 1945.
Sua atuação teve como principal cenário hospitais norte-americanos situados na seção brasileira. Pela participação no conflito, recebeu as medalhas de Campanha e de Guerra e encerrou a carreira militar com a patente de capitã.
Com o fim do conflito, Virginia foi licenciada do Serviço Ativo e retornou à prefeitura fluminense, onde permaneceu até 1957, quando foi convocada para o serviço militar ativo, retornando no posto de segunda-tenente na Policlínica Central do Exército. Um ano após a promoção a primeira-tenente, em 1963 ingressou na reserva como capitã. Pelos anos seguintes, seria agraciada com novas horarias, incluindo medalhas da Cruz Vermelha e aluna emérita do Colégio Pedro II.
Manifestações de pesar
Em nota, o Comando Militar do Leste exaltou o fato de Virgínia Portocarrero ter escolhido “uma vida diferente da maioria das jovens de sua época, dedicando-se a zelar pela vida e a saúde de outros jovens brasileiros feridos no campo de batalha durante a Grande Guerra”.
A mensagem prossegue dizendo que “ela cuidou dos soldados feridos com muito zelo e responsabilidade, tratando-lhes o físico e o moral, e transmitindo-lhes paz e conforto, apesar do sofrimento que testemunhou”.
O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) também emitiu nota de pesar. “Sua memória será sempre lembrada com respeito e gratidão pelo povo brasileiro”, sublinhou a entidade. “Trata-se de um exemplo de dedicação, compromisso e coragem. Empoderamento e pioneirismo marcaram a carreira desta enfermeira que se destacou na afirmação solene de marchar ao lado dos soldados, tal como Anna Nery nas batalhas do passado.”
(Marcello Campos)