Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de abril de 2023
“Estou bêbado de sono”. Esta é uma expressão comum para uma pessoa que está cansada. E dirigir nesta condição pode ser tão perigoso quanto conduzir um carro após ingerir bebidas alcoólicas. É o que aponta um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade Central de Queensland, na Austrália, e publicado na revista científica Nature and Science of Sleep. O estudo aponta que quem dorme menos de cinco horas na noite anterior tem o mesmo risco de sofrer um acidente de carro que alguém que tenha bebido álcool.
O estudo aponta que cerca de 20% dos acidentes de trânsito são causados por fadiga. Embora outros fatores que provocam batidas (por exemplo, dirigir alcoolizado) “tenham diminuído nas últimas décadas devido ao aumento das estratégias de educação pública e medidas punitivas, reduções semelhantes não foram observadas em acidentes relacionados à fadiga”, escreveram os autores no estudo.
Os pesquisadores então tentaram definir quanto sono prévio a pessoa precisa para dirigir com segurança. Para isso, eles analisaram as evidências científicas de estudos de laboratório e de campo. Depois de sintetizar as descobertas de 61 estudos únicos, os cientistas descobriram que dormir menos de 4 a 5 horas nas 24 horas anteriores está associado a aproximadamente o dobro do risco de um acidente de carro. Este é o mesmo risco de acidente visto quando os motoristas têm uma concentração de álcool no sangue a partir de 0,05%.
“Não apenas isso, mas o risco de um motorista sofrer um acidente aumenta significativamente a cada hora de sono perdida na noite anterior. Alguns estudos até sugeriram que, quando um motorista dormiu entre zero e 4 horas na noite anterior, ele pode ter até 15 vezes mais chances de sofrer um acidente”, relararam os autores do estudo Madeline Sprajcer e Drew Dawson ao portal The Conversation.
Os pesquisadores sugerem, com base nos resultados do estudo e nas demais evidências científicas, que pode ser razoável exigir que os motoristas durmam um pouco mais antes de se sentarem ao volante.
“Se fôssemos alinhar com o grau de risco considerado aceitável para intoxicação, poderíamos considerar exigir um mínimo de quatro a cinco horas de sono antes de dirigir”, afirmam os cientistas.