Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 6 de maio de 2023
A Igreja Anglicana foi criada no século XVI, após o rompimento do rei Henrique VIII e do clero britânico com o catolicismo. Dali em diante, tornou-se a religião oficial do Reino Unido, e hoje está presente em mais de 185 países.
Na coroação do rei Charles III, o líder da Igreja Anglicana, Justin Welby, Arcebispo de Canterbury, teve um papel central: como líder espiritual da Comunhão Anglicana – comunidade formada por fiéis de igrejas anglicanas – ele presidiu a cerimônia.
Com a coroação, o rei Charles III assume o posto de governador supremo da Igreja da Inglaterra. Ele foi ungido, abençoado e consagrado pelo arcebispo. Além disso, recebeu o anel da coroação, a coroa e os cetros das mãos do líder da Igreja Anglicana.
De acordo com a reverenda Tatiane Ribeiro, da Catedral Anglicana da Ressurreição, em Brasília, a coroação dos monarcas britânicos acontece há 900 anos na Abadia de Westminster, em Londres.
No século XVI, a Inglaterra se tornou independente da Igreja Católica Romana e o rei Henrique VIII, junto com o clero britânico, declarou a separação e a criação da Igreja Anglicana. Segundo a reverenda Tatiane Ribeiro, houve vários motivos para o rompimento, entre eles:
– Descontentamento do clero britânico com questões religiosas ligadas a Roma;
– Não submissão à autoridade ao Papa;
– Vontade de ter uma igreja nacional e independente;
– Henrique VIII queria pedir a anulação do casamento para se casar novamente, o que não foi concedido pela Igreja Católica.
Além de permitir que religiosos se casem e constituam família, a Igreja Anglicana realiza casamentos de pessoas divorciadas e casamentos homoafetivos. Ela também tem mulheres em cargos de liderança.
“A igreja está inserida na sociedade e tem que responder aos anseios e necessidades da sociedade”, diz a reverenda Tatiane Ribeiro.
“Quando a gente fala do casamento homoafetivo, falamos em acolher todas as pessoas nos sacramentos da igreja. Todas as pessoas são amadas por Deus e são bem-vindas”, afirma.
“Deus não condena o amor e nós menos ainda, temos que condenar a corrupção, o preconceito, a homofobia, tudo que é contra a vida, mas não o amor. Acolhemos todas as pessoas que têm o direito de viver o seu amor e a sua fé. Não podemos nunca afastar alguém ou negar a alguém o direito de viver a fé”, aponta a religiosa.