Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de maio de 2023
O mercado de trabalho americano gerou 253 mil postos de trabalho em abril, divulgou o governo dos Estados Unidos. O número veio muito acima do previsto por analistas de mercado, que esperavam a criação de 185 mil vagas. A taxa de desemprego recuou para 3,4%, voltando assim ao menor patamar desde 1969.
O ganho de renda dos trabalhadores frente ao mês anterior foi de 0,5%, também acima das expectativas e o maior desde julho do ano passado. Em relação ao mesmo mês de 2022, a alta foi de 4,4%. O bom resultado do mercado de trabalho pode levar o banco central americano a subir de novo sua taxa de juros em junho.
Melhora generalizada
A geração de empregos nos EUA foi generalizada por diferentes setores, com aberturas de vagas em saúde, serviços, lazer e hospitalidade. Os números mostram a resiliência do mercado de trabalho em meio a uma alta de juros – o Fed (Federal Reserve), banco central americano, subiu a taxa na semana passada para o maior patamar desde 2007 – e a uma inflação que ainda comprime a renda e o consumo.
Se por um lado algumas empresas estão demitindo e interrompendo contratações, outras têm aumentado o salário de seus empregados para evitar o aumento de postos vagos.
Ao elevar, pela décima vez seguida, os juros básicos do país para um intervalo entre 5% e 5,25%, o Fed sinalizou que poderia pausar o aperto monetário nas suas próximas reuniões. No entanto, o presidente do Fed, Jerome Powell, avisou que seria necessário um período de crescimento baixo e uma menor pressão no mercado de trabalho como condições para que o Fed mudasse de postura.
E, diante dos fortes números do mercado de trabalho americano, analistas já começam a ver chances de o Fed subir, de novo, em 0,25 ponto percentual, a taxa básica em junho.
“O mercado de trabalho segue muito apertado”, afirma Diane Swonk, economista-chefe da KPMG LLP. “O Fed deixou as portas abertas para uma alta de juros adicional por um motivo. As estatísticas divulgadas não embasam o cenário de pausa (no aumento das taxas).”
Taxa de juros
O banco central dos Estados Unidos aumentou os juros do país no último dia 3 em 0,25 ponto percentual (p.p.), para uma faixa de 5% a 5,25% — na 10ª alta consecutiva e marcando o maior nível das taxas desde 2007.
A decisão veio em linha com as estimativas do mercado e, segundo a autarquia já vinha sinalizando, reflete os níveis ainda altos da inflação norte-americana.
No comunicado divulgado no dia 3, o Fed deixou de mencionar que “algum endurecimento adicional pode ser apropriado”. A citação constava no documento anterior, e sua retirada foi vista por analistas como uma possível sinalização de que o ciclo de aperto monetário está perto do fim.
Em entrevista coletiva feita após a divulgação do texto, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o fato de o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) ter deixado de prever um novo aumento das taxas é importante, mas reiterou que a decisão de uma “pausa” no ciclo de aperto monetário ainda não foi feita.
“Tomaremos essa decisão a cada reunião, com base nos dados econômicos disponíveis”, disse o banqueiro central. As informações são da Agência Bloomberg e do portal de notícias G1.