Quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de maio de 2023
As circunstâncias da morte do casal José Claudionor da Cruz, de 29 anos, e Andressa Pereira Cares, de 26, no apartamento que alugavam em São Francisco, Califórnia, nos Estados Unidos, ainda é um mistério para a família deles, de Brasília, no Distrito Federal. Os corpos foram encontrados no último dia 8 no quarto do apartamento sem sinais de violência. O imóvel estava trancado e sem indícios de arrombamento. A hipótese inicial, de asfixia por inalação de gás foi descartada, pois não havia aquecimento ou fogão a gás no interior.
De acordo com o advogado Alair Ferraz da Silva Filho, que atende a família das vítimas, a expectativa dos familiares é de que o laudo da perícia realizada nos corpos traga alguma resposta sobre a causa das mortes. “O problema é que, nos Estados Unidos, esses laudos costumam demorar um mês ou mais. Até lá, os familiares vão ficar na angústia de não saber o que aconteceu”, disse. Segundo ele, o casal mantinha contatos diários com a família.
José Claudionor era sócio-proprietário de um bar e restaurante às margens do Lago Paranoá, em Brasília. Eles tinham viajado em janeiro e retornariam em junho. “Era uma pessoa simples, de coração enorme. Os dois tinham um relacionamento muito tranquilo. Sou próximo da família do Claudionor e sei o que eles estão passando. Neste momento não dá para aventar nenhuma hipótese. Precisamos esperar a conclusão dos peritos americanos”, disse Silva Filho.
O advogado lembrou que a hipótese do vazamento de gás foi levantada pelo pai do rapaz em um momento de emoção e dor. “Ele fez uma suposição que acabou criando um problema para os donos do imóvel que eles tinham alugado, em São Francisco. O fato é que o apartamento em que eles estavam sequer possuía aquecimento ou fogão a gás. A gente conversou com os proprietários e a família se retratou formalmente.”
Os familiares estão cuidando dos preparativos para o traslado dos corpos, que serão sepultados no Distrito Federal. Segundo Ferraz, através de uma “vaquinha” virtual, a família conseguiu o montante necessário para trazer o corpo de Andressa para o Brasil – cerca de US$ 20 mil (aproximadamente R$ 100 mil). Já o translado do corpo de José Claudionor será custeado pela família dele. Neste domingo (14) está prevista uma missa de 7º dia em memória do casal em Brasília.
Sem resposta
Os últimos contatos feitos pelo casal com familiares aconteceram na sexta-feira passada. No sábado (6), nem José Claudionor, nem Andressa se comunicaram com eles por redes sociais. No domingo (7), sem obter resposta aos contatos, a família ligou e eles não atenderam. Já na segunda-feira (8), uma prima de Andressa que mora em São Francisco se deslocou até o apartamento e, como não foi atendida, pediu à proprietária que abrisse o imóvel com a chave reserva.
O corpo de Claudionor estava no chão do quarto e o de Andressa, sobre a cama. A polícia foi chamada e os corpos foram removidos para o Instituto de Medicina Legal (IML). O Departamento de Polícia de São Francisco informou que aguarda o laudo do médico legista para determinar a causa da morte e que outras possibilidades também são investigadas.
O Itamaraty informou que o Consulado-Geral do Brasil em São Francisco continua em contato com as autoridades policiais visando à apuração das mortes. Disse ainda que presta assistência consular aos familiares, apoiando seus contatos com autoridades de São Francisco.