Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 21 de maio de 2023
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia tratou neste domingo (21) a cúpula do G7 em Hiroshima, no Japão, como um evento “politizado” que divulgou declarações contra Rússia e China, acusando o fórum de minar a estabilidade global.
Moscou fez as críticas depois que os líderes das democracias mais ricas do mundo disseram que não desistiriam de apoiar a Ucrânia, em um alerta ao presidente russo, Vladimir Putin, enquanto ele afirmou ter tomado a cidade ucraniana de Bakhmut, algo que Kiev negou.
Em comunicado publicado no Telegram, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que o G-7 havia “se deteriorado irreversivelmente” e que o fórum havia se tornado “uma ‘incubadora’ onde, sob a liderança dos anglo-saxões, são preparadas iniciativas destrutivas que minam a estabilidade global”.
A declaração acusou o G-7 de alimentar a “histeria” contra Rússia e China.
A Rússia costumava ser membro do clube G-7 de democracias industrializadas, anteriormente conhecido como G-8, até que Moscou foi excluída após a anexação da região ucraniana da Crimeia em 2014.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, esteve presente na cúpula de Hiroshima como convidado, uma oportunidade que aproveitou para encorajar os países membros a manter o fornecimento de armas e apoio diplomático a Kiev em meio à guerra com a Rússia, algo que Moscou ainda chama de “uma operação militar especial”.
A cúpula deu a Zelenskiy a chance de fazer lobby para obter o apoio de outros participantes, como o primeiro-ministro indiano Narendra Modi e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que permaneceram descomprometidos.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia, no mesmo comunicado, acusou o G-7 de “flertar” com Estados não ocidentais na tentativa de impedir o desenvolvimento de seus laços com Moscou e Pequim.
China critica comunicado
No sábado (20), a China manifestou seu “forte descontentamento” com o comunicado publicado pela cúpula do G7, no mesmo dia, na cidade japonesa de Hiroshima. O texto feito pelos países contém críticas a sua política no Mar do Sul da China, ao respeito aos direitos humanos e a suas supostas intervenções nos países do bloco.
A cúpula das sete maiores economias do mundo (EUA, Canadá, Japão, França, Reino Unido, Alemanha e Itália) começou na sexta-feira (19) e terminou neste domingo (21).
Em seu comunicado, o G7 pede à China que “não realize atividades de intervenção” em seus países-membros, e expressa “preocupação” pelos direitos humanos, “especialmente no Tibete e em Xinjiang”.
Além disso, os líderes dos sete países ressaltam “a importância da paz e da estabilidade” no estreito de Taiwan, e expressam grande preocupação pela situação no Mar do Sul da China, acusando Pequim, indiretamente, de “coerção”.
Sobre a guerra na Ucrânia, o G7 também pediu à China, um aliado econômico e diplomático de Moscou que se mantém neutro sobre o conflito, “pressionar a Rússia para cessar sua agressão”.
“O G7 está obstinado em manipular as questões relacionadas com a China. Desacredita e ataca a China”, lamentou um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês, expressando a “firme oposição” de Pequim.
“A China manifesta seu forte descontentamento e sua firme oposição, e apresentou uma queixa oficial ao Japão, país que recebe a cúpula, e às outras partes envolvidas”, acrescentou. As informações são da agência de notícias Reuters e AFP.