Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 23 de maio de 2023
Uma mulher de 68 anos teve morte encefálica declarada após se submeter a um procedimento de lifting facial em uma clínica de Botafogo, Zona Sul do Rio, na última quinta-feira. Vera Lúcia Beça Moutinho teve diversas complicações após a cirurgia e foi transferida para o Hospital Badim, na Tijuca, na Zona Norte. No último sábado, a família foi informada pela unidade de que Vera Lúcia teve diagnóstico de morte cerebral, resultado de falta de oxigenação no cérebro.
Segundo o Hospital da Plástica, a mulher já estava se recuperando no quarto quando foi verificado um hematoma em seu rosto. Ao ser levada para o centro cirúrgico para reverter o trauma, ela teria sofrido uma parada cardiorrespiratória.
O irmão de Vera Lúcia, Carlos Moutinho, disse que a senhora já havia feito a mesma cirurgia seis meses antes, mas que não tinha gostado do resultado, e por isso, havia voltado para refazer. O homem ainda disse que ela foi sedada para fazer uma drenagem e que a partir daí ela teria tido a parada cardiorrespiratória.
O cirurgião plástico Fernando Amato, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, disse que a cirurgia é segura e que apesar de ter riscos, como qualquer outra, dificilmente há riscos graves que possam levar o paciente à óbito. “O risco não está no procedimento, mas sim no que está em volta, como anestesia, infeção, comorbidades do paciente”, explica.
Amato afirma que os três principais riscos de toda cirurgia plástica, e não exclui o lifting facial, são: sangramento, infecção e trombose, mas explica que a cirurgia na face é toda feita para impedir que haja sangramentos e hematomas durante o processo.
“A infecção da face tem poucas vias que podem levar ao sangramento, porém um médico pode pegar por engano uma veia, ou um nervo maior e pode sangrar ou fazer um hematoma, porém, pode ser revertido durante a cirurgia. A infeção acontece depois de um período e a trombose é difícil a paciente ter, porque ela não fica imóvel no pós-operatório”, diz.
Outros riscos que a cirurgia pode ter é uma lesão de vaso grande que consequentemente pode gerar um sangramento intenso, porém, o procedimento é realizado longe dessas áreas, justamente para não ter esses riscos.
“Há riscos mais simples que podem causar um dano físico e social para a paciente, como problemas de cicatrização, falta de sensibilidade na face, assimetrias, lesões nos nervos faciais, edemas, hematomas, dores pós-cirurgia, além de intercorrências cirúrgicas mais graves e sérias, como: alergias, hemorragias, parada cardiorrespiratória, embolia pulmonar e necrose de pele”, diz a especialista em rejuvenescimento facial, Élida Moret.