Quinta-feira, 14 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 25 de maio de 2023
O mercado dos sites de apostas cresce sem parar no Brasil desde que elas foram legalizadas, no fim de 2018. Daquele ano até o primeiro trimestre de 2023, foram emitidas 515 licenças na categoria “exploração de jogos de azar e apostas não especificados anteriormente” do Cadastro Nacional de Atividades Econômicas do IBGE, segundo pesquisa da DataHub, empresa que documenta dados não sensíveis a partir de fontes públicas. Em contrapartida, 227 sites foram fechados. Esses números, entretanto, são de empresas oficiais. Ainda há uma série inumerável de empresas clandestinas operando no mercado.
De acordo com pesquisas, apenas no primeiro trimestre deste ano, 69 empresas de apostas online foram registradas no país. A estimativa é que esse mercado movimente até R$ 150 bilhões por ano.
Segundo Jhon Macário, analista de estudos de mercado da Datahub e responsável pela pesquisa, além da publicidade, seis fatores ajudam a explicar a explosão no mercado de sites no país: a lei que legalizou as apostas, aumento ao acesso à internet, a pandemia, maior número de smartphones em circulação, a popularidade dos jogos eletrônicos (mesmo joguinhos de celulares) e a influência das redes sociais.
“Um dos termômetros que se pode avaliar no grau de interesse desse segmento são as publicidades. Esse meio de apostas online tem tido uma relevância nas propagandas, desde o estádio até o intervalo do jogo. Nos clubes, nos sites que a gente navega, a gente consegue enxergar isso”, disse Macário.
Um outro levantamento, feito pelo site BNL Data, especializado no mercado de jogos, estima que as apostas esportivas digitais movimentam, anualmente, algo em torno de R$ 120 bilhões e R$ 150 bilhões. Desse valor, o governo espera conseguir R$ 15 bilhões para os seus cofres com a arrecadação de impostos quando a regulamentação for aprovada.
Para se ter uma dimensão do tamanho da inserção das casas de apostas no futebol, um estudo da Agência de Marketing Esportivo Neo Brand revela que dos 60 clubes que fazem parte das séries A, B e C, 51 tem patrocínios de 23 casas de apostas online diferentes.
Na Série A, em que 19 clubes são patrocinados – a exceção é o Cuiabá –, cinco casas de apostas investem R$ 327 milhões em publicidade, sendo que R$ 209 milhões são pagos com patrocínios master, ou seja, 12 dos 20 times tem uma empresa de apostas online como principal patrocinador.
Os clubes que mais recebem das empresas de apostas são Corinthians (R$ 35 milhões), Botafogo (R$ 27,5 milhões), Cruzeiro (R$ 25 milhões), Flamengo (R$ 24 milhões), Vasco (R$ 22 milhões) e Grêmio (R$ 22 milhões). Os dados também são da Neo Brand. As informações são do jornal O Globo.