Sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de maio de 2023
Preso desde 20 de janeiro (e ainda sem data de julgamento) após ser acusado de estupro por uma mulher de 23 anos em uma boate em Barcelona (Espanha), o jogador brasileiro Daniel Alves foi interrogado duas vezes sobre o caso pela Justiça do país ibérico. Ele já apresentou cinco versões para explicar a presença de seu sêmen na vítima e no banheiro da casa noturna.
No primeiro depoimento, o atleta – que completou 40 anos em 6 de maio – negou ter tido relação sexual com a vítima e disse não saber do material genético no local. A juíza responsável pelo caso então perguntou se ele havia se masturbado no cômodo, mas o ex-lateral da Seleção exerceu o direito ao silêncio.
A interrogadora insistiu, indagando diretamente se o exame de DNA do sêmen encontrado na vagina da jovem mostraria que o material genético era dele. A resposta foi “Não”, seguida de uma contradição.
O jogador passou a alegar ter recebido sexo oral enquanto “fazia suas necessidades”, relato que levou a juíza a novo questionamento: ela perguntou se ele havia chegado ao clímax na ocasião. “Sim”, afirmou o investigado, porém negando a hipótese de ter feito isso dentro da vagina da vítima.
Em abril, Daniel Alves foi interrogado pela segunda vez e apresentou mais uma narrativa, diferente das anteriores: a de que houve penetração vaginal, com a mulher posicionada sobre ele: “Eu levantei para ejacular fora dela”.
O seu depoimento mais recente, em 9 de maio, foi marcado por declarações que mantêm a alegação de inocência: “Sou respeitoso ao me relacionar com uma mulher e não tomo a iniciativa se não perceber ‘tensão sexual’ e clara predisposição por parte dela. O que aconteceu na boate foi um ato livre e voluntário, ela nunca disse para eu parar”.
Ainda sobre o teor da denúncia, Daniel Alves afirmpu que tem pensado a respeito desde o dia em que foi preso: “Acreditar que ela tenha se sentido ofendida ou irritada pelo fato de eu ter pedido que saíssemos do banheiro separados e de forma discreta, ou mesmo porque eu não tenha parecido atencioso ou carinhoso com ela”.
Incidente completará cinco meses
O suposto caso de violência sexual teria ocorrido em 30 de dezembro – portanto há quase cinco meses. Levando-se fatores como a idade do jogador e sua situação junto às autoridades, torna-se cada vez mais remota a possibilidade de que ele retome a carreira esportiva.
Assim que a moça relatou o ocorrido, a boate Sutton deflagrou um protocolo para situações desse tipo. A denunciante foi encaminhada a um hospital e atendida por profissionais especializados em casos desse tipo. Eles coletaram indícios sobre o crime no banheiro do estabelecimento e também no corpo da mulher.
O resultado do exame de DNA comprovou a presença do sêmen de Daniel Alves na vagina da vítima. Traços do material também foram encontrados na roupa dela. Já a ficha médica incluiu na lista de lesões uma pequena mancha roxa no joelho, causada por infiltração de sangue após ruptura de vasos sob a pele.
Além disso, o relatório considera o ferimento compatível com uma luta para não se sujeitar ao ato sexual, conforme a narrativa da moça: “Fui agarrada pela nuca e talvez pelos cabelos também, depois jogada ao chão, machucando assim o joelho”.