Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de maio de 2023
O chefe do departamento de regulação do Banco Central (BC), João André Calvino Marques Pereira, afirmou que uma norma editada na semana passada para o compartilhamento de informações de fraudes entre instituições financeiras pretende coibir ações de criminosos em mais de um banco.
“A resolução de hoje trata de assimetria de informações no sistema financeiro. Uma pessoa que tenta cometer fraude vai tentar fazer isso em outro banco, objetivo é prevenir por meio do compartilhamento de dados”, ressaltou. A regra inclui todos os tipos de instituições reguladas pelo BC.
Segundo ele, o cliente precisa dar consentimento para que suas informações sejam compartilhadas. “Se ele não dá a autorização, acende um alerta. A norma não especifica qual é a ação que deve ser tomada, depende dos controles internos”, explicou.
O banco de informações não será gerido pelo BC. “O sistema financeiro vai ter essa base de dados em que todos vão compartilhar, pode ter mais de um. O mercado já oferece isso, mas não é mandatório. Na norma exigimos que os sistemas se interoperem. É responsabilidade da instituição financeira zelar pelas informações”, disse o técnico do BC.
Pereira afirmou que o BC deve editar normas complementares com mais detalhamentos sobre a operacionalização da base de dados. “A ideia não é que cada instituição crie uma base. Objetivo é que tenhamos poucas bases de dados para que o mercado possa se organizar, esperamos que exista uma, duas ou três no máximo”, pontuou.
O chefe do departamento de regulação lembrou que, hoje, 95% das transações financeiras são realizadas por meio digital, desses 80% pelo celular. “A gente tem a facilitação desse acesso, mas, por outro lado, temos aumento de fraudes. Vimos o crescimento de crimes [fraudes e golpes] em razão do próprio crescimento dos canais digitais. Isso acontece em todos os meios de pagamento”, frisou.
“Tem um volume bastante alto de tentativas de fraude e golpe que são combatidos pelo sistema financeiro. A gente já tem tomado algumas medidas para dar mais robustez ao arcabouço que trata desse problema”, complementou.
Em sua apresentação, Pereira destacou que o número de fraudes e golpes passou de 2,6 milhões em 2020 para 4,1 milhões em 2021, quase o dobro. As informações são do jornal Valor Econômico.