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Política Entenda a ideologia que une Lula, Maduro e a Venezuela

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A visita de Nicolás Maduro a Brasília foi celebrada por Lula como um “momento histórico”. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A visita de Nicolás Maduro a Brasília foi celebrada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como um “momento histórico” das relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela, que foram desgastadas nos últimos anos por divergências políticas entre os últimos governos do país e o chavismo.

Maduro não visitava o Brasil desde 2015, quando compareceu à cerimônia de posse de Dilma Rousseff (PT), e chegou a ter a entrada proibida no País por um decreto assinado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2019. Na época, o governo brasileiro também fechou a embaixada em Caracas e diferentes consultados na Venezuela.

A reaproximação entre os dois países faz parte da ideia de Lula de recolocar o Brasil em um papel de liderança na diplomacia regional. Mas as relações do petista com os governos venezuelanos vêm de longa data e remontam seu primeiro mandato como presidente, em 2003.

Relações

As relações entre Brasil e Venezuela viveram o melhor momento a partir da chegada de Lula ao poder em 2003. Na época, o país vizinho vivia uma grave crise política que resultou em uma tentativa fracassada de golpe de Estado contra Hugo Chávez no ano anterior. Na época da posse do petista, setores empresariais locais promoviam um locaute contra o governo chavista.

Lula, então, propôs uma iniciativa que ficou conhecida como “Grupo de Amigos da Venezuela”. Composto por Brasil, Estados Unidos, México, Chile, Espanha e Portugal, o grupo conseguiu fomentar o diálogo entre governo e oposição no país vizinho, além de ter diminuído as tensões entre Chávez e o então presidente americano, George W. Bush.

Com a proximidade ideológica de seus dois líderes, Brasil e Venezuela intensificaram suas relações comerciais. Segundo dados do governo federal, as exportações brasileiras para o país vizinho passaram de US$ 603 milhões em 2003 para US$ 5,1 bilhões em 2008, já no segundo mandato de Lula.

Em 2013, no governo de Dilma, esse montante atingiu US$ 6 bilhões, mas despencou nos anos seguintes – foram US$ 1,7 bilhões em 2022 – em meio à nova crise econômica da Venezuela, já sob o comando de Maduro, e o distanciamento entre os dois países após o impeachment que levou Michel Temer ao poder no Brasil, processo chamado pelo presidente venezuelano de golpe.

Um dos símbolos das relações entre os dois países na época é a construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, em um acordo entre a Petrobras e a PDVSA, a estatal de petróleo da Venezuela. Lançado em 2005, o projeto foi marcado por atrasos nas obras e denúncias de corrupção, começando a operar apenas em 2014.

Com o apoio de Chávez e de outros líderes de esquerda da região, Lula avançou em projetos importantes para a política externa do governo brasileiro, como a criação, por exemplo, da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), e a consolidação da Comunidade de Estados Latino-Americanos (Celac).

A proximidade entre os países também contribuiu para a entrada da Venezuela no Mercosul em 2012. No entanto, o país acabou sendo suspenso em 2016, após os países-membros considerarem que o governo de Maduro estava descumprindo obrigações do bloco.

Mas as relações com o colega venezuelano também enfrentavam rusgas, com o petista se ressentindo do crescimento da importância de Chávez como liderança regional e com algumas medidas autoritárias adotadas pelo governo venezuelano no período.

Após a morte de Chávez, em março de 2013, Lula escreveu um artigo para o jornal americano “The New York Times” em que dizia que o líder venezuelano era “polêmico”, mas ressaltou que a história julgaria sua importância para a Venezuela e para a América Latina.

Maduro chegou ao poder quando Dilma já havia sido eleita para o primeiro mandato no Brasil. Mesmo já longe de Brasília, Lula apoiou a candidatura do líder venezuelano em 2013, em uma disputa acirrada contra Henrique Capriles.

Em um vídeo gravado na ocasião e que voltou a ser divulgado por aliados de Jair Bolsonaro nas eleições do ano passado, o petista afirma que havia convivido com Maduro, então ministro de Chávez, nos oito anos em que governou o Brasil e que os dois líderes venezuelanos tinham “visões similares” sobre os desafios do país vizinho.

Lula manteve o apoio a Maduro após a contestada eleição de 2018, quando muitos países, entre eles o Brasil, não reconheceram a vitória do aliado de Chávez nas eleições presidenciais da Venezuela. O petista também fez duras críticas a Bolsonaro por considerar o então líder da oposição, Juan Guaidó, como presidente interino do país.

Ao lado de Maduro hoje no Palácio do Planalto, Lula reiterou as críticas aos governos que reconheceram Guaidó como líder da Venezuela, dizendo que achava esta decisão “a coisa mais absurda do mundo”.

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https://www.osul.com.br/entenda-a-ideologia-que-une-lula-maduro-e-a-venezuela/ Entenda a ideologia que une Lula, Maduro e a Venezuela 2023-05-30
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