Sábado, 18 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de junho de 2023
Um grupo de parlamentares do Centrão quer pegar carona na irritação de Arthur Lira (PP-AL) com o Judiciário para reunir as assinaturas que faltam para instalar a CPI do Abuso de Autoridade. O grupo, composto principalmente pela oposição, também está incomodado com cassações de mandatos determinadas pela Justiça e as que se anunciam.
Atualmente, a CPI tem 147 das 171 assinaturas necessárias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
A decisão judicial contra o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), na semana passada, fez crescer na Casa a disposição de transformar o colegiado em uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). A hipótese ainda está em discussão entre os parlamentares.
Alguns integrantes da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso consideram que é hora de baixar a poeira. Apesar de serem adversários ferrenhos de Sergio Moro (União-PR), acreditam que a eventual cassação do mandato do senador poderia inflar ainda mais o movimento.
Abaixo-assinado
No fim do mês passado, o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) iniciou uma ofensiva na tentativa de reunir o número necessário de assinaturas para criar a CPI do Abuso de Autoridade, com foco na atuação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na internet, um abaixo-assinado organizado pelo partido do parlamentar gaúcho soma mais de 500 mil apoios.
Segundo o Estadão, a oposição ao governo Lula tem usado a cassação da candidatura de Deltan Dallagnol (Podemos-PR) e a consequente perda de mandato do ex-procurador da Operação Lava-Jato na Câmara dos Deputados para reativar a iniciativa. As recentes investidas da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados também têm reforçado a argumentação em defesa das investigações.
“A cada dia que passa se torna mais evidente e necessária a instalação dessa CPI”, afirmou Van Hattem. “Não é à toa que mais de meio milhão de brasileiros assinaram o abaixo-assinado a favor da CPI.”
O deputado avalia converter o pedido em uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), incluindo senadores, a exemplo do colegiado instalado para apurar os atos extremistas de 8 de janeiro. Por meio de uma página na web, o Novo afirma já ter reunido mais de 505 mil assinaturas no abaixo-assinado de apoio popular às investigações. O mesmo site traz a relação de parlamentares que assinaram o pedido de criação do colegiado na Câmara.