Por Redação O Sul | 8 de junho de 2023
O nível da água subiu 5 metros depois da explosão, deixando ilhas fluviais submersas
Foto: ReproduçãoUma explosão rompeu, na madrugada de terça-feira (6), a barragem da usina hidrelétrica de Nova Kakhovka, no Sul da Ucrânia, provocando inundações. O nível da água subiu 5 metros depois da explosão, deixando ilhas fluviais submersas. Habitantes da região foram evacuados de suas casas.
Agências de notícias russas informam ainda que ao menos 14 mil casas foram inundadas após a destruição da usina e que 4300 pessoas foram retiradas da região. O governo ucraniano, porém, diz que os números de imóveis alagados e resgatados é maior.
A estrutura fica em uma área de disputa territorial na região de Kherson, controlada em parte pela Rússia. Os dois países trocaram acusações sobre a autoria do ataque.
A inundação do rio Dnipro está ameaçando dezenas de comunidades na região onde Kiev recapturou grande parte do território das forças russas no final de 2022.
A polícia e as equipes de emergência correram para retirar milhares de moradores de ônibus e transferi-los de trem para outras localidades, onde poderiam se abrigar.
Vinte e quatro localidades ficaram inundadas após o ataque, disse o ministro do Interior ucraniano, Igor Klymenko.
A barragem alvo do ataque foi construída em 1956. O seu reservatório fornece água para a península da Crimeia e para a usina nuclear de Zaporizhzhia, ambas em territórios ucranianos controlados pela Rússia.
O governo ucraniano informou que três pessoas morreram e sete estão desaparecidas após a ruptura da barragem da usina hidrelétrica de Kakhovka. Já a Rússia aponta que cinco pessoas morreram na região.
Troca de acusações
Os dois países trocaram acusações sobre a destruição da barragem, sem fornecer provas concretas de que o outro é culpado. Ainda não está claro se a barragem foi atacada deliberadamente ou se o rompimento foi resultado de falha estrutural.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que a destruição da barragem foi uma “selvageria” cometida por Kiev. Ambos lados do conflito trocam acusações sobre a responsabilidade pelo incidente, que deixa impactos ambientais e humanitários ainda desconhecidos e cuja causa também permanece uma incógnita — especialistas, contudo, apontam uma explosão interna como motivo provável.
“A selvageria destinada a destruir a central hidrelétrica de Kakhovka, na região de Kherson, gerou um desastre ambiental e humanitário de grande escala”, disse Putin, segundo um comunicado emitido pelo Kremlin, durante uma conversa por telefone com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
O presidente russo teria afirmando ainda que “os poderes em Kiev, com o auxílio de seus curadores ocidentais, estão fazendo uma aposta perigosa na escalada das hostilidades”.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, descreveu a situação como “uma bomba ambiental de destruição em massa”. “As consequências da tragédia ficarão claras em uma semana. Quando a água acabar, ficará claro o que resta e o que acontecerá a seguir”, disse ele.
Zelensky, disse ainda que o “mundo deve reagir” e negou qualquer envolvimento.
“O mundo deve reagir. A Rússia está em guerra contra a vida, contra a natureza, contra a civilização”, afirmou no Telegram. O presidente ucraniano também acusou Moscou de instalar minas e explodir a represa.
