Domingo, 17 de novembro de 2024
Por Flavio Pereira | 22 de junho de 2023
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Hoje o ex-presidente Jair Bolsonaro chega ao Rio Grande do Sul para agendas nesta quinta-feira e amanhã, dia 23. Por coincidência, neste dia 22 – o número do PL -, o TSE, o tribunal que administra as eleições no Brasil, vai colocar em pauta o julgamento de um pedido do PDT, para que Bolsonaro seja punido com a perda dos direitos até 2031 por ter promovido uma reunião em julho do ano passado, com embaixadores acreditados no país, quando teria feito uma avaliação preocupante sobre o processo eleitoral no país. O presidente Jair Bolsonaro, aclamado nas ruas por onde passava em todo o Brasil, perdeu em 2022, uma eleição na qual os institutos de pesquisa, tais como Datafolha e Ipec – sabidamente isentos – já antecipavam, que perderia para o ex-presidente Lula, este impossibilitado de sair às ruas em comícios públicos, sob pena de ser acusado do adjetivo extremamente maldoso de “ladrão”. Porém, Lula é um sujeito de sorte: ele e Dilma Rousseff nomearam até agora mais de uma dezena de ministros do STF, composto por onze cadeiras. E, como um sujeito de sorte, Lula foi agraciado com uma gambiarra jurídica do STF que conseguiu a proeza de descondená-lo sem absolvê-lo após condenações examinadas por três instâncias do Poder Judiciário, e ainda assim, fazer com que o TSE, o tribunal que cuida das eleições, com 5 dos 7 ministros nomeados por Lula, lhe desse o carimbo de Ficha Limpa. Mas, Jair Bolsonaro cometeu erros, sim.
Quais foram os erros que levaram à derrota de Jair Bolsonaro?
Jair Bolsonaro não soube ficar calado em alguns momentos e foi incapaz de afastar alguns aliados inconvenientes, inclusive no Rio Grande do Sul. E no momento mais decisivo da eleição, foi vítima de duas aberrações: as loucuras do ex-presidente do PTB Roberto Jefferson, que resolveu promover um ataque insano contra policiais que tentavam intimá-lo, e a deputada federal Carla Zambelli que conseguiu a proeza de perseguir, de arma em punho, nas ruas de São Paulo, a um homem negro que lhe havia provocado. Ali, Bolsonaro e seus aliados admitem que foram perdidos os cerca de 2 milhões de votos que lhe impediram de ultrapassar a barreira dos 50% e ganhar a eleição do sortudo Lula. Jair Bolsonaro chegou a 49,10% dos votos, ou 58,156 milhões de eleitores. Mas há quem diga que mesmo que estes episódios desastrosos não tivessem ocorrido, ainda assim Bolsonaro perderia a eleição, porque os deuses que orientam lá do alto os destinos do Brasil, assim já haviam decidido.
Advogado nas três condenações de Lula, Zanin chega ao STF
Ontem, o ex-advogado de Lula, Cristiano Zanin, teve coroado seu trabalho na defesa do ex-presidente. Mesmo não tendo conseguido absolvê-lo nas três instâncias em que Lula foi condenado, Zanin mostrou-se esforçado e a recompensa chegou. Foi recompensado com um cargo de ministro vitalício do STF. A aprovação no Senado por 58 votos a 18 mostrou ao Brasil a dimensão do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal do Brasil.
Em 2019, delegado foi vetado para a direção-geral da PF: “era amigo do presidente”
Em abril de 2020, o então presidente Jair Bolsonaro resolveu, dentro das atribuições do cargo, indicar o delegado de polícia Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal. Provocado por um mandado de segurança feito pelo PDT, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para a chefia da Polícia Federal alegando que havia laços de amizade do indicado, com o presidente da República.
Em 2023, advogado e amigo do presidente é nomeado para o STF. Reina silêncio
No dia 31 de maio de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou o nome do seu amigo, o advogado Cristiano Zanin Martins, seu defensor nos processos da Lava Jato, onde foi condenado em três instâncias, para exercer o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal. Há quem entenda que existem diversos conflitos éticos e morais na indicação. Zanin, é genro do compadre, o advogado Roberto Teixeira. A reação do ministro Alexandre de Moraes ontem, quando da aprovação do amigo e advogado do presidente, para a vaga no STF:
“Parabéns ao Ministro Cristiano Zanin pela merecida aprovação no Senado Federal. Tenho absoluta certeza de que o Brasil ganhará com sua atuação competente e corajosa em nossa Suprema Corte.”
Financial Times envolve Mourão em conspiração contra Bolsonaro
Ontem (21), o jornal britânico Financial Times publicou uma reportagem revelando que o então vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, teria participado de uma conversação sigilosa com o ex-embaixador americano no Brasil entre 2010 e 2013 Thomas Shannon, atual assessor especial do presidente dos EUA, Joe Biden. O diplomata Thomas Shannon afirmou ter conversado com Mourão em um elevador após uma reunião de negócios em Nova York em julho do ano passado e que compartilhou com o então vice-presidente suas preocupações com o respeito ao resultado das urnas. Mourão teria respondido que “estava muito preocupado também”. A conversa teria levado a Casa Branca a bancar uma conspiração no processo eleitoral brasileiro, com o propósito de “salvaguardar a democracia”, barrando a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. O general Mourão, atual senador pelo Rio Grande do Sul se manifestou ontem, desmentindo o teor da notícia do Financial Times:
“Sobre a matéria que relata a suposta atuação do governo Biden no processo eleitoral brasileiro, publicada hoje pelo Financial Times, esclareço que nunca se estabeleceu o citado diálogo entre eu e o senhor Tom Shannon“, disse Mourão. Não houve nenhuma conversa privada com o ex-embaixador após o encontro com investidores, em Nova York.”
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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