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Colunistas Economia melhora, mas é cedo para comemorar

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(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

É bastante claro e verdadeiro que está em curso uma evolução positiva em vários indicativos da economia – inflação e dólar em baixa, por exemplo. Pois bastaram algumas boas notícias na área econômica para que Lula, os lulistas e forças aliadas, comemorassem como se cada uma delas resultasse do toque de Midas do grande líder.

 

É inversa a avaliação nos meios bolsonaristas, na direita. Os pontos fracos, as inconsistências, as coisas que ainda estão mal postas – tudo decorre dos erros previsíveis e inevitáveis em governo do tipo instalado em janeiro de 2023.

 

Desconfio que a melhora nos dados econômicos, nos meses iniciais de Lula, já tinha começado e estava em andamento, com os solavancos comuns de uma nova administração. As conjunturas da época propiciaram: não foi por causa dos acertos ou dos erros do novo governo. A curva do tempo em economia é bem mais longa.

 

O Brasil real funciona razoavelmente. Resistiu aos quatro anos de Bolsonaro e irá resistir aos desacertos de Lula. Não houve nenhuma ação crucial do novo governo para ter reduzido o dólar ao valor dos R$ 4,85 reais. É bastante provável que se Bolsonaro fosse o ganhador das eleições(toc,toc, toc na madeira!) o valor do dólar seria parecido. O preço dos combustíveis baixou? Em termos. Ontem como agora o preço dos combustíveis depende basicamente dos mesmos fatores, aí incluído o peso dos tributos sobre eles incidentes.

 

Isso não significa que tudo seja a mesma coisa. Quer dizer apenas que na economia real, o que conta é o esforço produtivo dos agentes econômicos, o qual segue lógicas inexoráveis, ainda que tenha de enfrentar todos os obstáculos de um sistema tributário irracional, injusto e regressivo, juros extorsivos, um ambiente hostil no mundo dos negócios, um Estado ineficiente e perdulário.

 

O governo Lula mantém os olhos parados no retrovisor. Não observou que o mundo deu voltas e que há uma nova configuração nas demandas e exigências. Parece obcecado por uma volta ao passado, preso a soluções e programas que deram certo em certa escala. Mas isso era ontem e anteontem.

 

Lula e o seu governo estão convencidos de que, ministrando os mesmos remédios de 2003 a 2016, se atingirão os mesmos resultados. Que tudo é uma questão de boas intenções e de “vontade política”. Que eles são os portadores da boa fortuna e de mãos santas, as quais, quando tocam, produzem mudanças reais, incrementam avanços e melhoras, operam milagres.

 

Os atuais detentores do poder passaram ao largo, cara de paisagem, sem declarações ufanistas, até mesmo da surpreendente evolução do PIB no primeiro trimestre (1,9% a mais). Razão: o que alavancou o incremento do PIB foi o crescimento de 21,6% do agrobusiness, enquanto o setor de serviços cresceu apenas 0,6% e a indústria decaiu em 1%..

 

Seria uma enorme cara de pau comemorar a conquista como se fosse deles. Os atuais governantes não têm nenhum apreço pelo sucesso que venha de fora da órbita do Estado, que não seja o resultado direto dos seus programas e ações, de que eles não possam contar vantagem e se vangloriar.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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