Sábado, 16 de novembro de 2024
Por Carlos Alberto Chiarelli | 2 de julho de 2023
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
De repente, enfrentamos um paradoxo. O maior deles. É com o que me defronto. Os governos, na Rússia, sejam locais ou mesmo das grandes metrópoles (Moscou, São Petersburgo, etc.), vivem um regime de “primária e absurda” privatização.
Estou falando, inclusive, em Moscou, sim, senhora. Por quê?
Vendo as versões soviéticas, constata-se que, por exemplo, quem executa o serviço público de fornecimento de água (por sinal, bastante escassa) que, aqui, pensávamos que lá era tarefa do poder público municipal – afinal, aprendemos que os governos socialistas (e, mais do que isso, comunistas)encontrariam múltiplas tarefas logo, em variadas situações não acreditaram no que chamaram pouca atuação do mercado.
Ficamos chateados e chocados. O governo, com seus poderes e obrigações, como aqui ou na Inglaterra, lá, na Rússia, é uma ficção. Sim, uma ficção. Quem executa as tarefas de interesse geral são as facções de mercenários, que se formam, por exemplo, em torno de um general aposentado – ou melhor, de um ex-sapateiro popular ou de um afilhado de Putin.
Não se exige qualquer qualificação profissional. Formam-se em torno de alguém (o ex-sócio Wagner, por exemplo, que, tendo uma divergência com Putin, “ameaçou levar 50 mil associados” (há quem diga que levou menos de 30 mil), modernamente armados, fardados e ameaçadores a Moscou. Depois de uma marcha de 4 (quatro) horas, ante o acordo dos dois (Putin X Wagner – que se ameaçaram por alto-falantes – acertaram-se, provavelmente em torno de seus negócios: negociatas ou parceria, cujosresultados lucrativos não teriam sido repartidos ultimamente nas proporções que agradasse os dois (Putin e Wagner).
Assim, os comunistas acharam-creio que não acham mais-e diziam isso repetidamente: “É hora de municipalizar e/ou estatizar tudo”. (no entanto os de Moscou, ao contrário, aos companheiros entregaram- no curso de um bom negócio-tudo aos grupos (facções) de mercenários.
São de tamanhos variados; por exemplo, as criadas por pintores de parede ou por ex-capitães do exército ficam, pelo número de integrantes, dominados por uma de que o Putin é associado ou até sócio prioritário. Aliás, segundo parece, sua participação no quadro social dos mercenários é uma forma de poder brigar pelo lucro.
As corporações de mercenários tem sócios, armas modernas, pessoal guerreiro preparado, área geográfica de atuação demarcada, podendo fazer acordo com outra corporação e exportar/importar livremente para o exterior.
Aliás, como se vê é (ou são) instituições puramente privadas que ocupam, inclusive com exclusividade, os seus espaços, dos quaist se adonam livremente (direito da força), já que leilão, concorrência, etc. são figuras, para os comunistas liberals, absurdas.
Não sei se alguém falou para eles em Marx ou Engels, sei que recomendaram aos moscovitas a leitura de “O Capital ou do Manifesto.” Perderam tempo.
Para os sócios desonestos do poder, basta um ex-sapateiro ter lido seu manual.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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