Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de julho de 2023
Os alertas de desmatamento na Amazônia somaram no primeiro semestre deste ano uma área de 2.649 km², o que representa queda de 33,6% em relação ao mesmo período de 2022. A informação foi divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente, com base em dados do sistema DETER, que usa fotos de satélite.
Com os números apresentados pela pasta, os níveis de desmatamento na região voltaram ao patamar de 2018, antes, portanto, do início do governo de Jair Bolsonaro. Nos seis primeiros meses do ano passado, os alertas somaram 4 milhões de hectares.
O secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco, disse que ainda não é possível garantir que o resultado anual apresentará queda. Isso ocorre porque o balanço anual do Deter considera os alertas feitos entre agosto e julho, ou seja, será contabilizada uma parte do desmatamento feito durante o governo anterior.
Ele garantiu, no entanto, que a tendência de crescimento da derrubada de árvores na Amazônia foi revertida. “O esforço de reverter a curva de crescimento do desmatamento foi bem-sucedido”, afirmou Capobianco durante a apresentação dos dados.
Ranking
O Mato Grosso assumiu a primeira posição entre os Estados que mais desmataram no primeiro semestre, com 34% do total e alta de 7% em relação ao mesmo período de 2022. Já o Pará, que sediará a COP 30, em 2025, reduziu o desmatamento em 32% e caiu para a segunda posição, com 28% dos alertas.
Amazonas e Rondônia, onde houve uma concentração de ações do Ibama, apresentaram queda de 55% nos níveis de desmatamento. A atuação do órgão será reforçada no Mato Grosso, de forma a identificar os principais focos de corte no Estado.
No Cerrado, entretanto, os dados do primeiro semestre mostraram crescimento de 21% nos alertas de desmatamento, quando comparados ao mesmo período do ano passado. A Bahia aparece como o Estado que mais desmata o bioma, seguida por Maranhão, Tocantins e Piauí.
A ministra Marina Silva participou da divulgação. Segundo ela, a atual gestão está ciente de que os desafios atuais são muito diferentes daqueles enfrentados na sua primeira passagem pelo comando da pasta, em 2003.
“O que temos aqui é o resultado de uma ação emergencial”, disse a ministra, ao lembrar que a reestruturação das políticas ambientais ainda levará algum tempo para mostrar os resultados.