Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 9 de julho de 2023
Um grupo armamentista promoveu uma manifestação na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na manhã desse domingo (9). Dentre os participantes estava o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e que subiu em um carro de som em frente ao Congresso Nacional para defender mudanças na legislação sobre porte e posse de armas-de-fogo.
Ele se dirigiu aos manifestantes com críticas ao Ministério da Justiça, governo da Venezuela e professores – a quem tachou de “doutrinadores” e chegou a comparar a traficante de drogas: “Não tem diferença entre um professor doutrinador e um traficante que tenta sequestrar nossos filhos para o crime”.
O deputado acrescentou: “Talvez o professor doutrinador seja ainda pior, pois ele consegue estremecer as relações familiares. causando discórdia dentro da sua casa, enxergando opressão em todo tipo de relação. Ele vai falar que o pai oprime a mãe, a mãe oprime o filho e que a instituição chamada família tem que ser destruída”.
Em outro momento do discurso, ele disse gostar da “frase bíblica” segundo a qual a mulher deve ser submissa ao homem. Depois, sem amparo algum em estatísticas, acusou a Venezuela de ser o mais violento do mundo. “O Brasil vai voltar a caminhar nesse sentido e vai roubar muita vida de inocentes porque os caras do Ministério da Justiça não querem dar o acesso à legítima defesa a todos nós”, vociferou.
Denominado “Encontro Nacional pela Liberdade”, a evento foi acompanhado à distância por policiais militares do Distrito Federal. O ato teve organização do também deputado federal Marcos Pollon (PL-MS), fundador do “Movimento Proarmas”.
Motivo da irritação
Esta foi a primeira edição da manifestação armamentista desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi empossado, em janeiro. Neste seu terceiro mandato, ele já derrubou uma série de medidas do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na lista de revogações está a suspensão de novos registros de clubes de tiro e de colecionadores, atiradores e caçadores (grupo conhecidos pela sigla “CAC”). Também foi reduzido o número de armamentos que cada pessoa pode comprar, de seis para três.
Além de diminuir o número de armas que podem ser compradas pela população civil, o ato determina que, para adquirir os armamentos, o cidadão precisará voltar a apresentar o “comprovante da efetiva necessidade”. Pelas regras do governo Bolsonaro, bastava uma declaração.