Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de julho de 2023
O Brasil não tinha uma representante nas oitavas do torneio desde 1968
Foto: ReproduçãoA tenista brasileira Beatriz Haddad Maia sentiu fortes dores nas costas e teve que abandonar, sob lágrimas, as oitavas de final do torneio de Wimbledon durante partida contra a atual campeã, Elena Rybakina, em Londres, nesta segunda-feira (10).
O problema foi sentido ainda no primeiro set, no momento em que a brasileira perdia por 3 games a 1, e trouxe à tona um medo que já pairava sobre a tenista, em razão de seu histórico de lesões e do desgaste físico que vinha sendo acumulado ao longo do Grand Slam britânico.
Bia chegou a voltar para a quadra. Mostrou o espírito de perseverança que a levou a fazer história em Roland Garros, assim como vinha fazendo em Wimbledon, e se esforçou para continuar, mas as dores venceram. Ela levou as mãos ao rosto para conter as lágrimas. Então, avisou que não tinha mais como continuar e recebeu um abraço de Rybakina, antes de deixar a quadra central aplaudida pela torcida.
Pisar na grama de Wimbledon nesta segunda, contudo, já foi um feito histórico, uma vez que o Brasil não tinha uma representante nas oitavas do torneio desde 1968, ano em que Maria Esther Bueno foi eliminada nesta fase. Bia buscava quebrar outro tabu e se tornar a primeira a chegar às quartas desde Maria Esther, que foi vice-campeã em 1967. Se tivesse se classificado, a paulistana conseguiria um feito inédita para o tênis brasileiro na Era Aberta, iniciada em 1968.
Primeira brasileira a jogar na quadra central de Wimbledon desde a derrota de Teliana Pereira para Simona Halep, na primeira fase da edição de 2014, Bia viu Rybakina exibir a frieza pela qual é conhecida ainda nos primeiros instantes da partida. A cazaque, chamada de Rainha de Gelo pelos fãs de tênis, abriu o primeiro set com um ace e fechou o game inicial com velocidade para sair na frente.
A brasileira, que venceu Rybakina nos outros dois duelos que elas disputaram neste ano, igualou a partida no game seguinte e empatou o set. Depois disso, contudo, apresentou dificuldades para encaixar seu jogo. Quando sofreu o ponto que determinou a vitória da cazaque no terceiro game e colocou 3 a 1 na parcial, Bia levou as mãos à região lombar, com dores, e iniciou o grande drama que a levou à decisão de abandonar a partida.
Diferentemente do que fez no jogo da terceira rodada de Wimbledon, fase em que bateu a romena Sorana Cirstea por 2 sets a 0, Beatriz vinha fazendo jogos longos, de reação e três sets. Foram dez viradas neste ano. Em Roland Garros, por exemplo, foram três. Embora tenha destacado sua capacidade de reação, o cenário também gerou preocupação em relação à condição física da tenista, dona de um extenso histórico de lesões e cirurgias.