Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de julho de 2023
O Threads, o aplicativo da Meta que rivaliza com o Twitter, ultrapassou 100 milhões de usuários cinco dias após seu lançamento, disse o presidente-executivo da companhia, Mark Zuckerberg, nessa segunda-feira (10). Com isso, o Threads destronou o ChatGPT como a plataforma online a atingir mais rapidamente a marca.
O Threads vem estabelecendo recordes de crescimento de usuários desde seu lançamento na quarta-feira (5), com celebridades, políticos e outras personalidades ingressando na plataforma, que é vista por analistas como a primeira séria ameaça ao Twitter, de Elon Musk.
“Isso é principalmente demanda orgânica, e ainda nem ativamos muitas promoções”, disse Zuckerberg, em um post no Threads no qual anuncia o marco.
A rede social chegou a 100 milhões de usuários muito mais rapidamente do que o ChatGPT, de propriedade da OpenAI, que se tornou o aplicativo de consumo com o crescimento mais rápido da história em janeiro, cerca de dois meses após seu lançamento, de acordo com um estudo do UBS.
Ainda assim, o Threads tem terreno a percorrer. O Twitter tinha quase 240 milhões de usuários monetizáveis ativos diariamente em julho do ano passado, de acordo com a última divulgação pública da empresa antes da aquisição por Musk.
A nova rede social promete “conversas positivas e produtivas” – uma tentativa de se distanciar da polarização vista no Twitter.
Uma promessa difícil de manter à medida que o número de usuários cresce. Entre os que já aderiram, há pessoas ligadas à disseminação de informações falsas e discurso de ódio em outras plataformas, segundo análises da agência Bloomberg, confirmadas por pesquisadores independentes.
Alguns desses usuários já estão testando os limites do novo aplicativo, com alegações falsas sobre eleições, questionamentos sobre vacinas e insultos à comunidade LGBTQ+.
“Já vemos muitas contas conhecidas por disseminar conteúdo nocivo e enganoso”, diz Melanie Smith, diretora de pesquisas do braço americano do Instituto para Diálogo Estratégico, think tank especializado na análise de ódio, extremismo e desinformação.
Estão no Threads Jack Posobiec, jornalista de extrema-direita que apoia ideias antissemitas e de supremacia branca; Tim Pool, youtuber acusado de disseminar desinformação; e Chaya Raichik, influenciadora anti-LGBTQ+.
Há ainda sites noticiosos de extrema-direita, como Breitbart e The Gateway Pundit.
O Threads tem algumas barreiras contra conteúdo nocivo, já que usa as mesmas políticas do Instagram. Quando um usuário clica para seguir um perfil marcado por disseminar informações falsas, o app pergunta se ele tem certeza.
A Meta não comentou. Mas Melanie lembra que a empresa de Mark Zuckerberg já falhou antes em moderar suas redes e aconselha cautela ao usuário. As informações são das agências de notícias Reuters e Bloomberg.