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Economia Preços caem pela 1ª vez no Brasil neste ano. Deflação é de 0,08%

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Os grupos alimentação e bebidas e transportes foram os que mais contribuíram para o resultado do IPCA

Foto: EBC
Indicador passou de -0,14% a -0,07%, conforme dados da FGV. (Foto: EBC)

A inflação oficial do País, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), ficou em -0,08% em junho, o que representa uma queda de 0,31 ponto percentual em relação à taxa registrada em maio (0,23%). Essa é a menor variação para o mês de junho desde 2017, quando o índice foi de -0,23%.

No ano, o IPCA acumula alta de 2,87% e, nos últimos 12 meses, de 3,16%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2022, a variação havia sido de 0,67%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (11) pelo IBGE.

Alimentação e bebidas (-0,66%) e transportes (-0,41%) foram os grupos que mais contribuíram para o resultado, com impacto de -0,14 ponto percentual e -0,08 ponto percentual no índice geral, respectivamente.

O grupo alimentação e bebidas foi influenciado principalmente pelo recuo nos preços da alimentação no domicílio (-1,07%). Destacam-se as quedas do óleo de soja (-8,96%), das frutas (-3,38%), do leite longa vida (-2,68%) e das carnes (-2,10%).

Em transportes, o resultado deve-se ao recuo nos preços dos automóveis novos (-2,76%) e dos usados (-0,93%). Destaca-se ainda o resultado dos combustíveis (-1,85%),

Também registraram quedas os artigos de residência (-0,42%) e comunicação (-0,14%), conforme o IBGE.

No lado das altas, o maior impacto (0,10 ponto percentual) e a maior variação (0,69%) vieram de habitação. Os demais grupos ficaram entre as taxas de 0,06% de educação e 0,36% de despesas pessoais.

“A inflação está em uma trajetória decrescente desde fevereiro, e o acumulado em 12 meses está em 3,16%, bem no centro da meta de inflação. Como a taxa Selic é para se atingir esta meta, a cobrança pela redução deve ganhar força”, diz o professor Jorge Claudio Cavalcante, do Departamento de Análise Econômica da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Corte de juros

A queda no índice oficial de inflação é vista como um elemento chave para o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciar um ciclo de cortes da taxa básica de juros, a Selic, a partir de agosto.

De acordo com o economista Fabio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o resultado do IPCA é uma “grata surpresa”.

“Esperava até uma estabilidade, uma ligeira queda, e veio um recuo um pouco mais forte que o esperado”, avalia.

Segundo André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), há três fatores principais que fazem pressão sobre a autoridade monetária. Um deles é o índice de difusão, que mede o percentual de produtos e serviços que registraram aumento de preços. Esse índice tem apresentado queda.

“Em junho caiu para 50%. Esse número dois ou três meses atrás estava em torno de 60%, então, isso mostra que menos produtos e serviços subiram de preço, isso é um bom indicativo”, destaca.

O Copom faz reuniões a cada 45 dias, em que decide a taxa básica de juros. Neste momento a Selic está em 13,75%, sob a justificativa de que é preciso combater a inflação. Ao fim da reunião mais recente, 21 de junho, o Copom emitiu um comunicado para explicar a decisão: “O comitê avalia que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária e relembra que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, ressalta a nota.

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https://www.osul.com.br/inflacao-no-brasil-precos-caem-pela-1a-vez-este-ano-houve-deflacao-de-008/ Preços caem pela 1ª vez no Brasil neste ano. Deflação é de 0,08% 2023-07-11
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