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Esporte Violência no futebol: após morte de torcedora do Palmeiras, Ministério Público de São Paulo estuda torcida única para clássicos nacionais

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Gabriela Anelli levou um corte no pescoço por estilhaços de vidro durante confusão em frente ao Allianz Parque.

Foto: Reprodução
Gabriela Anelli levou um corte no pescoço por estilhaços de vidro durante confusão em frente ao Allianz Parque. (Foto: Reprodução)

O futebol paulista iniciou 2023 com o sonho de ver a torcida única em clássicos chegar ao fim. Seis meses depois, a realidade é totalmente oposta. Com a morte da palmeirense Gabriela Anelli, cortada no pescoço por estilhaços de vidro durante confusão em frente ao Allianz Parque, no último sábado (8), o movimento pela ampliação da medida para outros jogos ganhou força. E voltará a mesa de discussão das autoridades do Estado.

O primeiro a levantar o debate foi o delegado César Saad, da Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE). Na segunda-feira, dia da morte de Gabriela, ele defendeu que a regra fosse estendida para jogos de rivalidades nacionais, citando não só Palmeiras x Flamengo como exemplo, mas também São Paulo x Vasco. Ele não ficou sozinho. O Ministério Público do Estado, principal órgão defensor da medida, informou que “a questão da torcida única para outros jogos, com sua ampliação, está em análise”.

A torcida única em clássicos de São Paulo vigora desde 2016. Foi instaurada pelo próprio MP-SP e pela Secretaria de Segurança Pública do Estado. A pasta afirmou que “as restrições de duas torcidas são determinadas pela Federação Paulista de Futebol (FPF), seguindo a recomendação do Ministério Público” e que as polícias Militar e Civil, “até o momento, não receberam documento oficial referente à expansão de torcida única”. A reportagem apurou, contudo, que a extensão da medida também é estudada internamente pelo órgão.

No grupo formado por membros das policias, do poder judiciário e por promotores do MP-SP, o caso Gabriela reacendeu a ideia de que é preciso se dedicar aos estudos da ampliação da regra para jogos de âmbito nacional. Isso alguns meses depois de analisar o pedido formalizado por São Paulo e Palmeiras pelo fim da torcida única nos clássicos.

Esta guinada no sentido contrário se deve ao fato de o comitê não ver com bons olhos o fim da torcida única. Tanto que bastou o primeiro registro de briga – uma emboscada de palmeirenses a um ônibus com corintianos, no dia 10 de fevereiro, após jogos das equipes contra rivais diferentes – para a ideia ser sepultada.

Esta, inclusive, não é a primeira vez que autoridades paulistas defendem a ampliação da torcida única. Em 2019, a CBF acatou pedido do MP-SP e da Polícia Militar para que Palmeiras x Flamengo, pela 36ª rodada do Brasileiro, só tivesse torcedores do clube paulista. A justificativa foi o risco de confrontos dado o acirramento da rivalidade entre as torcidas. Em 2022, passado o período de fechamento dos estádios pela pandemia, o rubro-negro fez valer o direito da reciprocidade adquirido na Justiça e fez o mesmo no Maracanã.

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