Por Redação O Sul | 21 de abril de 2015
Laurent Stefanini, o embaixador homossexual escolhido pela França para representar o país perante o Vaticano, foi recebido no dia 18 deste mês pelo papa Francisco, que confirmou sua recusa em aceitar sua candidatura, segundo matéria que será publicada hoje no semanário satírico francês Canard Enchaîné.
Uma fonte próxima do processo confirmou o encontro entre o pontífice e o diplomata, sem revelar o conteúdo. De acordo com a revista, que tinha anunciado a oposição da Santa Sé à indicação de Stefanini ao cargo de embaixador francês no Vaticano, o papa recebeu no sábado, “muito discretamente”, o diplomata, homossexual assumido e católico convicto.
Francisco disse “não ter nada contra ele, mas que, em compensação, não apreciou nem o casamento para todos, nem os métodos do Eliseu, que tentou forçar uma situação”, publicou Canard.
Queda de braço
No dia 15 deste mês, o porta-voz do governo francês Stéphane Le Foll tinha afirmado que Stefanini seria mantido como indicação da França. Paris e o Vaticano travam há três meses uma queda de braço motivada pela escolha do novo embaixador da França na Santa Sé. Nomeado no início do mês de janeiro pelo presidente francês François Hollande, o diplomata aguarda, em vão, sua acreditação pela Santa Sé, um silêncio que equivale a uma reprovação.
Stefanini, de 55 anos, conhece bem o Vaticano por já ter trabalhando como ministro conselheiro na embaixada francesa na Santa Sé de 2001 a 2005. Depois, o diplomata foi conselheiro do ministro francês das Relações Exteriores para assuntos religiosos, antes de se tornar chefe do protocolo do Eliseu em 2010, durante a Presidência de direita de Nicolas Sarkozy, após seu sucessor, o socialista François Hollande.
Embora seja um católico fervoroso, ele não esconde sua homossexualidade, mesmo levando uma vida discreta e não tendo se casado, nem mesmo celebrado uma união civil.
Diversos meios de comunicação anteciparam que a origem do veto seria o próprio papa Francisco, que estaria cobrando a conta ao governo da França pela lei do casamento homossexual, que foi aprovada no ano de 2013.
De acordo com o semanário Canard Enchaîné, o presidente francês busca, agora, um novo postulante para o cargo. (AG)
