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Carlos Alberto Chiarelli A ligação caiu

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Deputados e senadores retornam do recesso parlamentar nesta terça-feira. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Capítulo I

É vivendo fatos como esses que alguns políticos – boa parte – promove o que chega a seus eleitores (se os tiverem), que a DEMOCRACIA deturpada se “consolida”. São eventuais episódios como os que se relata aqui.
O que é uma verdade iluminada – disso não há dúvida – é que três quartas partes dos legisladores da “terra brasilis” não sabe o nome e, muito menos, a ideologia da maciça maioria das greis partidárias. Será que eles têm alguma? Saberão que ela existe?

Não poderia ser diferente. Há muitos filiados – muitos mesmo – que foram gerados numa “gravidez” política – partidária de 24 a 72 horas. Pobrezinhos, faz de conta que não se apercebiam que os nascituros seriam – muito provavelmente – entre o incapaz e o mutilado. Vamos acompanhar essa estória que pode até ser fantasiosa.

Capítulo II

Alinhada, a doméstica brasiliense avisou ao dono da casa que atendera um telefonema de uma mulher querendo falar com sua esposa, Dona Ledinha, veterinária, bem falante, que, há 3 anos, fora nomeada para ocupar cargo de nível destacado no governo. Seu marido, Doutor Rubens, engenheiro civil, no momento ocupava a Diretoria de Operações de Restauração de Imóveis Públicos, construídos com defeitos originais (decorrentes de licitações em que o funcionário, nela atuando, numa “entente cordial”, distribuía e/ou recebia “coimas” que atingiriam a partir de um “básico” de 30% a 45% para viabilizar sucesso no que era um macro negócio desonesto).

Doutor Rubens era membro da Executiva do Partido da Alimentação Não Confiável, com uma bancada de 5/6 parlamentares. A oscilação decorria do fato de os deputados não permanecerem por muito tempo no Partido, mudando-se sempre que seus interesses (negócios, por exemplo) não fossem atendidos.

Capítulo III

Nova chamada da Dona Joaninha, Secretária Geral do Partido das Migrações Não Rentáveis, com uma bancada, em geral, de 11 deputados. Ao perceber que falava com Dr. Rubens, fez-lhe uma saudação e anunciou que tinha um tema de política bem objetivo. Propôs a troca da subsecretaria – “pertencente” ao seu Partido – das Ações de Câmbio de Punições Injustas por Valores Monetários Éticos, que “entregaria” ao Partido do Dr. Rubens, recebendo em troca a que era – Subsecretaria de Autorização de Funcionamento de Fabricação de Armas Proibidas – do Partido dele e que passaria ao dela.

Dr. Rubens entendeu a proposta, disse que assim é que se fazia política verdadeira. Iria falar com Dona Ledinha e responderia em 48 horas. Pedia, porém, que ela lhe desse um detalhe: quanto ela e ele receberiam de comissão. Esse dado não sei!

A ligação caiu.

P.S.: Comentaram-me que esse episódio teria ocorrido no Reino Unido.

Carlos Alberto Chiarelli foi ministro da Educação e ministro da Integração Internacional

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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