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Política Ministério faz contratações e compra equipamentos para lidar com o fenômeno El Niño, diz a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva

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Foram também os efeitos da tragédia gaúcha sobre a economia os responsáveis pela ligeira queda prevista para o PIB em 2024. (Foto: Defesa Civil)

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que a pasta está em contato com governos estaduais e ampliou contratações de pessoal e equipamentos para lidar com o El Niño.

Fenômeno climático, El Niño promove o aquecimento das águas do Pacífico e determina mudanças nos padrões de transporte de umidade e, portanto, variações na distribuição das chuvas.

Por causa das mudanças climáticas, meteorologistas avaliam que a expectativa é que, em 2023, o fenômeno se configure em um “Super El Niño”, provocando o aquecimento das temperaturas em até 2,5ºC em alguns locais do mundo.

“Contratamos previamente nossas brigadas. Temos mais de 2 mil brigadistas já contratados, ampliamos nossos equipamentos e estamos em articulação com os governos dos estados dos mais diferentes biomas, sobretudo os mais fragilizados”, afirmou a ministra.

Marina participou da reunião de instalação da comissão de meio ambiente pertencente ao Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável ao lado do presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Rodrigo Agostinho.

Agostinho afirmou que o reforço na compra de equipamentos e nas contratações de brigadistas fazem parte de uma diretriz de combate a queimadas já esperada com o aquecimento global.

“Não tem ‘Super El Niño’, tem aquecimento. O mundo está esquentando e vai ficar cada vez mais. A gente vai ter que saber lidar com isso”, declarou o presidente do Ibama.

“A gente tinha um programa que estava vindo. Quando a gente viu que o La Niña estava virando El Niño, a gente foi no máximo que o orçamento permitia, que foi a contratação de 2.101 brigadistas”, explicou.

Agostinho afirmou que o Ibama está treinando brigadistas dos estados, da sociedade civil e mantém os profissionais em campo para remediar as queimadas de forma mais ágil.

“Estamos com estratégia de campo, estratégia de comunicação, orçamento. Não tenho dúvida de que nunca estivemos tão preparados como estamos hoje para o fogo. Agora, vai ter fogo? Vai. Onde? Não sei. Prefiro que aqui a gente seja um grande extintor de incêndio. Se não tiver [fogo], ótimo. Se tiver, vamos enfrentar.”

Intensidade

O fenômeno El Niño na costa da América do Sul, junto aos litorais do Peru e do Equador, é o mais intenso dos últimos 25 anos, conforme levantamento da MetSul Meteorologia a partir de dados de anomalias de temperatura da superfície do mar divulgados pela agência de tempo e clima do governo dos Estados Unidos.

O último boletim semanal da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, indicou que a anomalia de temperatura da superfície do mar era de 1,1ºC na região do Oceano Pacífico Equatorial Central. O valor está na faixa de El Niño moderado (+1ºC a +1,4ºC).

Por outro lado, a região costeira do Peru e Equador estava com anomalia de +3,4ºC, um aquecimento extremo do oceano na região que teve início no mês de fevereiro.

Segundo a MetSul, desde o Super El Niño de 1982/1983 essa região do Pacífico não apresentava anomalias de temperatura da superfície do mar tão altas.

A intensidade do fenômeno El Niño se mede pela anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Centro-Leste. Apesar disso, a região perto do Peru e do Equador tem grande relevância porque já foi demonstrado que produz consequências no clima global e em especial nos países andinos.

De acordo com a análise da MetSul Meteorologia, a tendência para os próximos meses é que o El Niño siga ganhando força. A maioria dos modelos de clima indica um evento forte durante a primavera e algumas simulações insistem em um evento muito forte a intenso com configuração de um Super El Niño.

Os efeitos do El Niño gradualmente já se fazem sentir com redução da chuva no Norte do Brasil e aumento no Sul. Entretanto, a partir de agora, em agosto e setembro, as consequências no clima brasileiro vão ser mais percebidas.

A primavera, em especial, pode ter grandes extremos de chuva no Sul do Brasil e uma significativa redução da chuva no Norte do País.

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