Terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 21 de julho de 2023
Diego Ventura teve a prisão preventiva determinada pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes.
Foto: ReproduçãoA Polícia Federal (PF) prendeu nessa quinta-feira (20), em Campos dos Goytacazes (RJ), um comerciante apontado como um dos chefes da invasão ao Supremo Tribunal Federal (STF), nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília.
Diego Ventura teve a prisão preventiva determinada pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes. O homem foi preso, durante um evento denominado “Assembleia Nacional da Direita Brasileira”.
Além disso, a PF cumpriu três mandados expedidos pelo STF: um de prisão, um de busca pessoal e um de busca e apreensão. O aparelho celular do comerciante foi apreendido.
Chefe
Diego Ventura era chefe de um grupo de extrema direita presente no acampamento do quartel-general do Exército em Brasília.
No final de dezembro do ano passado, ele chegou a ser detido pela Polícia Militar do Distrito Federal quando seguia para a sede do Supremo portando itens como estilingues, rádios comunicadores e faca. Entretanto ele foi solto no mesmo dia.
O comerciante foi filmado ao lado de fora do STF, chutando grades de contenção antes do início da invasão. Ele também aparece em imagens dentro do prédio depredado.
Ana Priscila Azevedo, outra liderança que estava com ele, foi presa em 10 de janeiro, mas Ventura conseguiu escapar.
Conforme a Polícia Federal, a prisão de Ventura foi mais um desdobramento da ‘Operação Lesa Pátria’, que começou em 20 de janeiro, com o objetivo de identificar pessoas que participaram, financiaram ou ajudaram os ataques em Brasília.
Diego Ventura
Militante de extrema direita, Ventura, apelidado entre os militantes como Diego da Direita Limpa Campos, logo tornou-se uma das lideranças do acampamento de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, Distrito Federal. O militante golpista estava foragido desde a destruição dos prédios.
Violação de direitos
Na semana passada, uma audiência pública no Senado debateu a prisão de envolvidos na invasão às sedes dos Três Poderes. Representantes dos presos, advogados afirmaram haver violações de direitos humanos das mais de 200 pessoas que continuam detidas no Complexo Penitenciário da Papuda e na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, a Colmeia.
A presidente da Associação dos Familiares e Vítimas de 8 de janeiro, Gabriela Fernanda Ritter, relatou situações vividas por familiares dos detidos e afirmou que muitas pessoas que se encontram presas se manifestaram de forma ordeira e pacífica durante o acampamento montado em frente ao Quartel-General (QG) do Exército, em Brasília e não participaram dos atos e depredação.
“No dia 8 de janeiro, eu lembro que, quando começaram a chegar as imagens lá de todo aquele cenário de guerra, foi muito assustador. Eu lembro que eu e nossa família nos ajoelhamos e ficamos desesperados porque nós sabemos que os nossos familiares, as pessoas que vieram para Brasília não tinham essa intenção, não vieram para esse absurdo que aconteceu”, disse.
Gabriela classificou como ilegais as prisões. Diante do cenário descrito, familiares resolveram fundar no dia 28 de abril a associação “para dar voz às famílias e às vítimas”.
“Não estamos aqui para defender quem cometeu um crime, quem vandalizou, mas a gente quer que essas pessoas tenham direito de se defender”, afirmou. “É necessário fazer a distinção adequada de quem esteve lá para se manifestar pacificamente e de quem vandalizou, para não penalizar injustamente pessoas inocente”, completou.