Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 21 de julho de 2023
Em busca do apoio dos parlamentares evangélicos, o governo Lula está assumindo o compromisso de evitar pautas polêmicas – aborto, drogas e costumes. A sinalização tem sido dada aos líderes dos grupos religiosos, como o coordenador da bancada evangélica no Senado, Carlos Viana (Podemos-MG), que, segundo disse ao Estadão, considera o gesto um sinal de pacificação e respeito. “Desde que nossas pautas não sejam afetadas, o governo terá o nosso apoio em todas as matérias que forem importantes para o Brasil”, afirmou Viana.
Nesse clima de entendimento com o Planalto, Viana comentou a suposta indicação do ex-deputado Jean Wyllys, que ele considera um personagem muito polêmico, para uma função na Secretaria de Comunicação (Secom). Segundo Viana, se Wyllys não tiver nenhuma influência nas decisões do governo, naturalmente que essa será apenas uma questão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT.
No entanto, se Wyllys insistir em assuntos que não contam com o apoio dos parlamentares evangélicos, haverá reação. “Se ele trouxer novamente os assuntos que durante o governo de Dilma Rousseff levaram a um embate e até mesmo a um levante na política brasileira, naturalmente vamos nos manifestar contrários por que entendemos que ele não tem respeito pelos cristãos em nosso Brasil”.
Desde a posse de Lula, integrantes da gestão petista e lideranças evangélicas refratárias a ainda manter a imagem colada na do ex-presidente Jair Bolsonaro têm buscado caminhos que resultem num diálogo e numa aproximação. Dessa forma começaram a ser promovidas reuniões e encontros, além de um trabalho de identificação de quem seriam os interlocutores de ambos os lados.
Segundo explicou um desses interlocutores, essas pessoas que fariam a ponte entre os evangélicos e governo seriam aquelas que “comungam das mesmas ideias”. Para abrir diálogo com o segmento religioso, de acordo com essa visão, é necessário “saber ouvir e conhecer suas reais demandas”.