Terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de julho de 2023
O advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral Admar Gonzaga afirmou que não está “preocupado” se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai usar parte da vaquinha de R$ 17,1 milhões recebida por Pix para pagar multas com o Estado de São Paulo. O montante arrecadado pelo ex-presidente consta de relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviado à CPMI de 8 de Janeiro.
O relatório do Coaf mostrou que 18 pessoas – empresários, militares, agricultores, pecuaristas e estudantes – pagaram entre R$ 5 mil e R$ 20 mil ao ex-presidente. Uma delas é Admar Gonzaga ,que doou R$ 5 mil. Em entrevista, o advogado afirmou que Bolsonaro deve usar o dinheiro “da forma como ele bem entender”.
Admar Gonzaga é amigo do ex-presidente. O advogado já representou Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), garantindo na Justiça o direito do filho do presidente de concorrer ao cargo de vereador no início de carreira, aos 17 anos – em 2000, Carlos tornou-se o mais jovem vereador da história do Brasil.
Mesmo com os valores arrecadados, Bolsonaro não pagou suas multas. O registro de débitos inscritos na dívida ativa paulista aponta que o ex-chefe do Executivo brasileiro tem sete multas na Secretaria de Saúde do Estado, que somam uma dívida de mais de R$ 1 milhão. Admar Gonzaga não vê problema na situação.
O advogado afirmou que Bolsonaro “vai pagar na hora que ele entender que esgotou os recursos judiciais cabíveis como qualquer cidadão. Eu não estou preocupado se ele vai pagar a multa, se não vai pagar a multa. O que eu vi foi uma pessoa ter todos os seus recursos bloqueados. De uma hora para a outra, ele não tinha mais nada na conta”.
Caridade
Além disso, acrescentou, “um homem que tem todo o dinheiro bloqueado para pagamento de multa de máscara e ainda tem que pagar mais não sei quanto. É do meu feitio colaborar com pessoas que eu tenho apreço. Eu o conheço há 30 anos. Faria isso com qualquer amigo meu. Até com gente que eu nem conheço. Eu já fiz caridade com gente que eu nem conheço”.
O ex-ministro do TSE defendeu ainda que Bolsonaro não devolva o dinheiro. “Eu acho que ele tem que guardar esse dinheiro e utilizar para as necessidades dele. Eu não estou cobrando a atuação dele com relação ao dinheiro. Acho que ninguém que fez um depósito está preocupado com isso. Eu, pelo menos, não estou”.