Terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de agosto de 2023
Investigações da Polícia Civil apontam que o médico gaúcho Gabriel Rossi, de 29 anos, foi atraído para a emboscada por seus supostos parceiros de um grupo de estelionatários, da qual ele faria parte, para o local onde foi morto. Lá, ele mediaria uma venda de drogas em Dourados (MS), mas foi assassinado. Os suspeitos do crime são Gustavo Kenedi Teixeira, Keven Rangel Barbosa e Guilherme Augusto Santana.
A polícia informou que Gabriel seria o rosto da organização criminosa de estelionatos, ou seja, o nome e as fotos do médico eram colocados em documentos de pessoas que não existiam, ou de mortos, para sacar dinheiro em contas bancárias. O grupo também clonava cartões para golpe.
Segundo Erasmo Cubas, delegado responsável pelo caso, o crime foi planejado por Bruna Nathalia de Paiva, que contratou os três homens para matar o médico, que estaria cobrando dela uma dívida de R$ 500 mil. Bruna e Gabriel seriam integrantes de uma mesma quadrilha especializada em estelionatos.
Segundo a polícia, Bruna teria atraído Gabriel até o local com o pretexto de que um suposto conhecido dela buscava um fornecedor de drogas na região de fronteira, e o médico poderia repassar um contato.
Para Erasmo, Bruna encomendou a morte do médico por se sentir ameaçada quando teria sido cobrada por ele. Ele teria dito que, se não recebesse o dinheiro, entregaria o esquema criminoso.
“Para se livrar da dívida, a suspeita contratou três homens para matar o médico. A mulher teria pagado R$ 150 mil ao trio pelo crime”, disse Cubas na terça-feira (8).
Gabriel foi asfixiado com sacolas plásticas e torturado por várias horas antes de morrer, segundo o laudo necroscópico. O exame mostra que o médico teve a garganta perfurada e morreu, possivelmente, por asfixia.
Além das torturas, o médico agonizou por 48 horas antes de morrer. Essa é a conclusão da perícia após os primeiros exames.
De acordo com as apurações da Serviço de Investigações Gerais (SIG), de Dourados, Bruna ficou com o celular de Gabriel após a morte dele. Em troca de mensagens, a suspeita teria se passado pelo médico e solicitado dinheiro a amigos da vítima. Apenas neste momento, a mulher conseguiu R$ 2,5 mil.
Os quatro suspeitos de assassinarem o médico foram presos em Pará de Minas (MG). Eles foram escoltados pela Polícia Federal até Dourados na madrugada de terça-feira (8), onde prestaram depoimento.
Natural de Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, Gabriel se mudou para Mato Grosso do Sul especificamente para começar a graduação em medicina.
Gabriel se formou em Medicina, no começo deste ano, pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). O médico morava em um apartamento na cidade. Assim que terminou a graduação, em março deste ano, Gabriel começou a trabalhar no Hospital da Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul (Cassems).
Quando foi achado morto, Gabriel ainda usava o uniforme que os médicos utilizam no hospital particular, conhecido como scrubs hospitalar.
De acordo com a investigação da Polícia Civil, Gabriel teria começado a aplicar golpes financeiros e participar de esquemas de clonagem de cartões já no início da graduação de medicina, em Dourados. As informações são do portal de notícias G1.