Sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de agosto de 2023
Há exatamente dois anos, o PSG anunciava a contratação de Lionel Messi, que precisou sair do Barcelona após 16 anos pela crise financeira que atravessa o clube catalão, e torcedores do mundo inteiro se animaram com o surgimento de um novo trio. O argentino chegou para fazer companhia a Mbappé e Neymar – que estava indo para sua quarta temporada com a equipe francesa – e a expectativa era de que a parceria se consolidasse em títulos importantes.
Não foi o que aconteceu: o PSG não conseguiu avançar das oitavas de final da Champions League nas duas últimas temporadas, e entre desgastes no vestiário e com a torcida, Messi foi o primeiro a deixar a equipe neste ano, e Neymar e Mbappé também negociam a saída da equipe. Entenda os fatores que levaram à crise das grandes estrelas com o clube.
– Messi: A passagem de Messi pelo PSG terminou com números impressionantes: foram 74 jogos, com 32 gols marcados e 34 assistências com a camisa do PSG. O jogador, que chegou ao clube em agosto de 2021, conquistou duas vezes o Campeonato Francês e levantou também um troféu da Supercopa da França. Na França, o argentino, inclusive, igualou Daniel Alves e se tornou o jogador com mais títulos na história do futebol mundial.
Os títulos nacionais, no entanto, não serviram para suprir as expectativas dos torcedores, que visavam a conquista inédita da Champions League com o elenco estrelado. Mas nas oitavas de final em 2021/22 e 2022/23, quando o PSG foi eliminado pelo Real Madrid e pelo Bayern de Munique, o argentino teve atuação discreta e não conseguiu fazer a diferença em nenhuma das quatro partidas. A relação da torcida com o jogador ficou ainda mais turbulenta depois que Messi viajou sem autorização do PSG para a Arábia Saudita, onde cumpria um contrato de R$ 100 milhões para promover o turismo no país. Na volta, ele pediu desculpas para a torcida, mas foi afastado do clube por duas semanas.
Tudo isso aliado a rumores de saída contribuiu ainda mais para o desgaste entre o jogador e a os fanáticos do PSG, que passou a vaiá-lo nos estádios. No fim de maio, um grupo de torcedores organizou protestos na capital francesa pedindo a saída da dupla. Em junho, o PSG anunciou que Messi deixaria o clube após a última rodada da Ligue 1.
– Neymar: A expectativa da torcida do PSG de que Neymar fosse o grande nome do clube em busca por glórias maiores também não se concretizou. Ao contrário de Messi, o brasileiro teve tempo suficiente para ser herói no clube, mas não conseguiu ser decisivo nos momentos mais importantes, como na final da Champions League de 2019/20 contra o Bayern de Munique, quando os bávaros ficaram com o título depois da vitória por 1 a 0.
As lesões repetidas que deixam o jogador de fora de grandes partes da temporada, praticamente todos os anos, também contribuem para a insatisfação geral da torcida. Com a rápida evolução de Mbappé no clube, especialmente depois do título da Copa de 2018, que colocou o francês na primeira prateleira dos grandes craques do futebol mundial, Neymar perdeu protagonismo no Parque dos Príncipes, o que gerou desentendimentos no vestiário.
Nos últimos anos, as pré-temporadas do PSG foram marcadas pela dúvida sobre a permanência do brasileiro no clube, e no ano passado, ele renovou o contrato até 2027. Nos últimos meses, no entanto, a saída de Neymar foi começando a se desenhar, e no último domingo ele teve uma reunião com o presidente do clube, Nasser Al-Khelaifi, e expressou a ele diretamente sua vontade de sair. A resposta foi imediata: na quarta-feira, o diretor executivo Luis Campos informou o jogador que não contará com ele para a temporada.
Em fevereiro, Neymar sofreu uma lesão no tornozelo e desfalcou o PSG no final da temporada. Ele gerou insatisfação no clube ao preferir viajar para acompanhar a Fórmula 1, em Mônaco, a ficar no banco de reservas com os companheiros de equipe no duelo que garantiu o título da Ligue 1, em maio. Torcedores também realizaram protestos pedindo sua saída, bem como a de Messi, no final da temporada passada. A janela de transferências da França e da Espanha, bem como a da maioria das principais ligas da Europa, se encerra no dia 1º de setembro.
– Mbappé: Diferentemente de Neymar, Mbappé tem a faca, o queijo e o PSG nas mãos. O atacante, que não pretende renovar com o clube, mas deseja permanecer em Paris até o fim do contrato, possui um vínculo até o meio do ano que vem, e já reforçou em ocasiões diferentes que planeja cumprir o contrato até o fim. Caso Mbappé não seja negociado ainda nesta janela, ele já poderá assinar um pré-contrato com qualquer outro time em janeiro e deixar o clube de graça.
O PSG, portanto, deu um ultimato a Mbappé e disse que o jogador teria que escolher uma das duas opções: renovar ou aceitar uma transferência nesta janela. O francês, no entanto, não fez sua escolha e se reapresentou normalmente para começar a pré-temporada na equipe. Situação que irritou os dirigentes do clube francês. O PSG está convicto de que Mbappé tem um acordo para assinar pelo Real Madrid a custo zero em junho de 2024 e que, por chegar de graça, levaria ainda um bônus. Com isso, vetou a presença do craque da pré-temporada no Japão. O atacante também aproveita esse último ano de contrato para usufruir do alto salário que recebe em Paris – segundo o jornal L’Équipe, o francês ganha cerca de 72 milhões de euros (R$ 388 milhões) por temporada. As informações são do jornal O Globo.