Terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de agosto de 2023
A jornalista nasceu no Líbano e veio ainda na infância para o Brasil com os pais.
Foto: Reprodução/InstagramMorreu nesta quinta-feira (10), em Brasília, a jornalista Dad Squarisi. Aos 77 anos, ela enfrentava um câncer e não resistiu às complicações da doença. Dad Squarisi era escritora e professora de português, tornando-se referência na língua portuguesa. Dad foi colunista do jornal O Sul, além de editora da coluna de Opinião do Correio Braziliense.
A jornalista nasceu no Líbano e veio ainda na infância para o Brasil com os pais. Antes de estabelecer-se em Brasília, a família morou no Rio Grande do Sul, segundo informações divulgadas pelo jornal Correio Braziliense.
Dad Squarisi formou-se em letras pela Universidade de Brasília. Trabalhou como professora no Instituto Rio Branco durante dez anos e como consultora legislativa do Senado.
Dad escreveu para adultos e para crianças; para técnicos e para leigos; brasileiros e estrangeiros; jornalistas, professores, concurseiros… A relação de públicos e de livros publicados é imensa, ultrapassa as dezenas. Em sua sala, por e-mail, mensagem, carta ou ligação, deixava as portas abertas para esclarecer dúvidas sobre o idioma que aprendeu a amar.
Entrevista a Jô Soares
A participação de Dad no talk-show, transmitido pela Globo, ocorreu em maio de 2012. “A internet já tem um estilo especial. Funciona como aquelas bonecas russas, dentro delas vão todas as mídias, e é possível encontrar jornal, revista, rádio, tevê, blogs, sites, entre outros. Então, há uma convergência de mídia para a plataforma”, disse a escritora.
Pioneira, a jornalista também reunia histórias marcantes com Brasília como a época em que lotes em regiões como Lago Sul e Lago Norte eram sorteados pelos jornais. “Quando eu cheguei a Brasília, só havia a Asa Sul e a W3 Sul. À época, os lotes do Lago Sul eram sorteados pelos jornais e ninguém ia tomar posse”, lembrou. Até mesmo a equipe campeã da Seleção Brasileira de 1958 recusou o regalo. “A Seleção Brasileira de 1958, campeã na Suécia, visitou Brasília nesse período e cada jogador recebeu um lote de presente, e nenhum tomou posse. Cinquenta anos depois, eles voltaram a Brasília e perguntaram quanto custava um lote no Lago Sul. R$ 6 milhões, R$ 7 milhões. Zagallo disse: ‘Eu quero o meu, eu quero o meu’. Mas já era tarde”, contou Dad.
Luta contra o câncer
Ao lado do médico hematologista e hemo-oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Nelson Hamerschlak, Dad lançou, no ano passado, o segundo volume do livro Desafios, que reúne depoimentos de 35 pacientes que fizeram transplante de medula óssea em decorrência de leucemia. A escritora, que se submeteu duas vezes ao transplante de medula e seguia o tratamento contra o câncer, coordenou e editou as publicações.
Em árabe, Dad é um advérbio, quer dizer “graciosamente”, e só pode ser usado com o verbo andar. Um significado poético para quem tanto ensinou durante a própria caminhada. Dad Squarisi deixa o filho, Marcelo, a nora, Katilen, e os netos, João Marcelo e Rafael.
O velório de Dad Squarisi será nesta sexta-feira, (11), no Campo da Esperança, das 15h às 17h.