Sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2023
O presidente da CPI dos Atos Golpistas, Arthur Maia (União-BA), afirmou nesta terça-feira (15), que quer evitar “espetáculo” com a inclusão do caso envolvendo joias recebidas pelo governo Bolsonaro que teriam sido vendidas por pessoas próximas ao ex-presidente.
“Eu tenho dito sempre que eu não vou utilizar e não vou permitir que se utilize a CPMI para fazermos espetáculo que não contribui de fato com o resultado dessas investigações”, afirmou Maia.
De acordo com o presidente, é preciso que os parlamentares da base do governo apresentem algum “nexo casual” entre a venda das joias sauditas doadas ao Brasil com o financiamento dos ataques que ocorreram em 8 de janeiro contra os palácios dos três poderes.
“Então existem de fato denúncias a respeito das joias, de presente que foram dados ao ex-presidente da República, mas eu não enxergo vinculação entre o financiamento do 8 de janeiro”, complementou.
Um grupo de parlamentares da Câmara dos Deputados está colhendo assinaturas para abrir e instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso das joias.
Maia ainda ponderou que se for apresentada relação entre o ex-presidente e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro com os ataques golpistas, ele colocaria os requerimentos de quebra de sigilo bancários de ambos em votação.
“Portanto, o que está se falando é exclusivamente do sigilo bancário do ex-presidente da República e da ex-primeira-dama. Se houver a apresentação de alguma relação, algum vínculo entre o presidente da República, comandando diretamente esse ato dia oito de janeiro, tudo bem”, finalizou.
Fotógrafo
A oposição bolsonarista utilizou o depoimento do fotógrafo Adriano Machado, da agência Reuters, à CPI que investiga os atos extremistas do 8 de janeiro para criticar o trabalho da imprensa. Ele foi ouvido como testemunha, não como investigado.
A convocação do fotojornalista foi feita a partir de requerimento do senador Eduardo Girão (Novo-CE) com apoio dos demais parlamentares bolsonaristas. A justificativa foi ele ter “demonstrando familiaridade” com os invasores.
Entidades jornalísticas criticaram a convocação. “Alegar que o repórter fotográfico estava no Palácio do Planalto, na tarde do dia 8 de janeiro, a serviço do governo e em conluio com os terroristas que depredavam o prédio público, é apenas um aspecto do desvario desses parlamentares”, diz nota da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas).
Nenhuma investigação apontou envolvimento nenhum de Machado nos atos de 8 de janeiro, apenas o exercício normal de sua profissão.
A estratégia dos bolsonaristas, que são minoria na comissão, foi atacar o jornalista e a imprensa em geral, chamada de “marrom”. Só jornalistas alinhados ao bolsonarismo foram citados como exemplo.