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Política Ministério da Defesa não tem registros de entrada de hacker no prédio para reuniões com integrantes da pasta

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Novo PAC prevê mais recursos para a indústria da Defesa, em benefício das três Forças Armadas, que para áreas como saúde e educação. (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

O Ministério da Defesa não tem nenhum registro formal da entrada do hacker Walter Delgatti Neto no prédio para reuniões com integrantes da pasta. O levantamento das entradas e saídas do prédio foi solicitado depois que Delgatti disse à Polícia Federal e à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro ter estado cinco vezes no ministério para discutir formas de comprovar supostas vulnerabilidades das urnas eletrônicas.

Delgatti afirmou ter estado com o então ministro da Defesa do governo Jair Bolsonaro, general Paulo Sérgio Nogueira, e com integrantes da comissão que, junto ao Tribunal Superior Eleitoral, fiscalizava a transparência do processo eleitoral. Ele afirmou ter orientado questionamentos feitos pela pasta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ter solicitado aos militares que tentassem obter o código-fonte das urnas, para tentar acessá-las e comprovar ou simular uma fraude. Afirmou, ainda, que o pedido para tudo isso lhe teria sido feito pessoalmente pelo então presidente Jair Bolsonaro em reunião de quase duas horas no Palácio da Alvorada em agosto do ano passado.

Na pasta, não é descartada a possibilidade de Delgatti ter usado nome falso para se registrar, ou ter entrado por alguma porta secundária, como chegou a declarar aos parlamentares nessa quinta-feira (17), mas o fato é que não existe o registro oficial de que ele passou por lá cinco vezes em 2022, como reiterou em várias ocasiões nos depoimentos.

Se houver outras provas de sua presença no prédio do ministério, como fotos ou acesso à rede da pasta, a ocultação de registro de entrada pode ser um fator a agravar as implicações dos militares nos fatos narrados. Mas, caso não haja, ficarão faltando elementos mais concretos para comprovar a implicação direta da cúpula da Defesa na suposta operação para fraudar o sistema eleitoral.

O ministro da Defesa, José Múcio, solicitou à direção da Polícia Federal a relação de datas em que Delgatti teria estado na pasta, bem como os nomes dos militares com os quais teria tido contato e aos quais teria dado orientações para atos fraudulentos ou criminosos. Só de posse dessas informações Múcio pretende instaurar investigações.

Existe um cuidado do ministro para não “socializar suspeições” entre militares. Internamente na Defesa há a avaliação de que Delgatti é um falsário e criminoso contumaz e que, portanto, é preciso que haja elementos de provas de suas afirmações, sobretudo das graves imputações que fez a respeito da conduta de militares.

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