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Política Chefe da Polícia Militar do Distrito Federal compartilhou áudio xingando Alexandre de Moraes de “vagabundo”

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O áudio também aponta o ministro do Supremo como "advogado de facção", que a eleição estaria "armada" e que “as Forças Armadas saberiam disso".

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O áudio também aponta o ministro do Supremo como "advogado de facção", que a eleição estaria "armada" e que “as Forças Armadas saberiam disso". (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga a atuação da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) durante os ataques do dia 8 de janeiro, o comandante-geral da PMDF, coronel Klepter Rosa Gonçalves, divulgou, em outubro do ano passado, um áudio que chama o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de “vagabundo” e defendia golpe militar.

A troca de mensagem, com o então chefe da corporação Fábio Augusto Vieira, está na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O áudio também aponta o ministro do Supremo como “advogado de facção”, que a eleição estaria “armada” e que “as Forças Armadas saberiam disso”. A ideia, de acordo com a denúncia, era fomentar teorias conspiratórias e antidemocráticas.

“Na hora que der o resultado das eleições que o Lula ganhou, vai ser colocado em prática o art. 142, viu? Vai ser restabelecida a ordem, se afasta Xandão, se afasta esses vagabundo tudinho e ladrão, safado, dessa quadrilha… Aí vocês vão ver o que é por ordem no país. Não admito que o Brasil vai deixar um vagabundo, marginal, criminoso e bandido, como o Lula, voltar ao poder”, diz a mensagem compartilhada por Klepter Rosa.

O áudio prossegue com uma afirmação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro e o Exército Brasileiro teriam preparado um golpe de Estado, que demandaria, como primeiro passo, um levante popular.

“Rapaz, vocês tem que entender o seguinte: o Bolsonaro, ele está preparado com o Exército, com as Forças Especi… As Forças Armadas, aí, para fazer a mesma coisa que aconteceu em 64. O povo vai pras rua, que ninguém vai aceitar o Lula ser… Ganhar a Presidência, porque não tem sentido, o povo vai pedir a intervenção e, aí, meu amigo, eles vão nos livrar do comunismo novamente”, diz uma voz não identificada no áudio.

A PGR salienta que os militares compartilharam outras mensagens que circulavam pelas redes sociais sobre o resultado das eleições e que citam possibilidade da tomada do poder pelo Exército.

Em novembro, de acordo com os procuradores, o coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues compartilhou com Fábio Augusto Vieira “um quadro explicativo”, que expressava três alternativas à regular sucessão presidencial”: uma suposta aplicação do art. 142 da Constituição Federal; “intervenção militar”; e “intervenção federal” por iniciativa militar.

A mensagem diz ainda que “precisamos de uma intervenção federal, com a manutenção de Bolsonaro no poder!”.

Operação Incúria

A PF (Polícia Federal) prendeu, na manhã desta sexta-feira (18), o atual comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Klepter Rosa, durante uma operação que investiga os atos extremistas de 8 de janeiro.

Também foram presos o coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da PM do DF; o coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues; o coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra; o coronel Jorge Eduardo Naime; o major Flávio Silvestre de Alencar e o tenente Rafael Pereira Martins.

A ação mira integrantes e ex-integrantes da cúpula da PM no Distrito Federal. Os policiais federais cumpriram sete mandados de prisão e sete de busca e apreensão no DF, além do bloqueio de bens e afastamento das funções públicas.

Na quinta-feira (17), a PGR denunciou os sete militares por suspeita de conivência com os atos extremistas. Segundo a PGR, a cúpula da PM não agiu para impedir o vandalismo em razão do alinhamento ideológico com os manifestantes. Os mandados judiciais da operação foram autorizados pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes.

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